
Soube, há momentos, que partiu, exactamente hoje, no dia em que completava 79 anos.
"Silêncio, coração / a vida é sempre assim /em tudo põe um fim /guarda dentro de mim / só a saudade".
Onde quer que te encontres, um beijo para ti, querida Flora!
GENIAIS!
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Uma fadista catalã, conhecida em Portugal, que já editou 4 discos de fado, Núria Piferrer, que se apresenta com o nome artístico de Névoa. Canta em catalão, no Fado Menor do Porto, com uma letra de sua autoria, "Ofélia".
No vull que em miris així /ara que arriba el final /ara que res em fa mal / i que per fi puc dormir // No vull que em prenguis així /si saps que el cos no em respon /el riu és el meu llençol / el fang és el meu coixí.
Se quiser saber mais acerca de Nevoa, siga este caminho http://www.nevoa.com/
Este é um excerto do fado que ganhou este ano o Prémio Goya, atribuído pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Espanha à melhor Canção Original de filme, neste caso o contestado "Fados", de C. Saura.
Quando todos pensávamos "que bom, finalmente um prémio para Portugal", alguém levantou o dedo e disse "O REI VAI NU!..." Estala a polémica à qual me parece, porém, alhear-se o principal visado, Carlos do Carmo, que continua renitente, sem dar explicações públicas. Foi Vitor Marceneiro quem, na qualidade de herdeiro de Alfredo Marceneiro, levantou a celeuma e disse "mas que é lá isto, esta música é da autoria do meu avô, é o Fado Versículo, ou Pierrot, ou simplesmente Versículo, cantado e recantado por tantos e tão bons fadistas e agora quem recebe o prémio é o C.doC. e nem diz de quem é esta música..." Ora, no programa do Malato, quando este pergunta ao Carlos do Carmo de quem é a música do Fado Saudade, o Carlos responde um bocado atrapalhadamente que "é o Menor, do qual se desconhece o autor..." e não fala no Versículo, nem no Marceneiro. Mas noutras declarações, já C.doC. vem dizer "Nunca reclamei a autoria, é um fado menor em versículo que é uma forma musical de que o povo se apropriou, e a que cada um dá o seu estilo". Portanto, C.doC. parece aqui reconhecer que esta forma musical é mesmo o Fado Versículo, mas também parece não reconhecer a reclamada autoria de Alfredo Marceneiro...
O produtor do filme, Ivan Dias, declarou à Agência Lusa que o "Fado da saudade" "é um fado menor em versículo com arranjos dos músicos que acompanham Carlos do Carmo", assim parecendo também reconhecer tratar-se do Fado Versículo...
A questão que se coloca agora é "sendo a música a do Fado Versículo, poderia o prémio ter sido atribuído a este Fado, uma vez que o Regulamento determina que "Al Premio a la Mejor Canción Original podrán optar aquellas canciones, compuestas de letra y música, en las que ambas han de ser originales y creadas expresamente para la película. La canción debe ser claramente audible en algún momento a lo largo de la película, incluidos sus títulos de crédito"??? Se a palavra "original" tem ainda o mesmo significado, eu diria que não, uma vez que a música, embora com «arranjos novos», é precisamente a que o Marceneiro arranjou para a letra do Pierrot, há já umas décadas...
Este é o Fado Menor, um dos três pilares do Fado, cuja autoria se perdeu na noite dos tempo; a letra é de Fernando Farinha; a interpretação de Mariana Silva, que foi Raínha do Fado Menor em 1952, num concurso organizado por Fernanda de Castro, no Teatro Apolo.
Acontece que a letra daquele fado que José Cid gravou com o nome de Fado Nossa Senhora de Nossa Senhora- :) -e posteriormente editou com o título abreviado de O Fado de Nossa Senhora é em tudo semelhante a um fado que muitas fadistas cantavam nas casas de fado, com o título AQUELA VELHINHA, que Fernanda Maria gravou e cuja belíssima letra se deve a JOÃO LINHARES BARBOSA, o Príncipe dos Poetas, sendo a música de Armando Machado - Fado Cigana.
OU
http://www.youtube.com/watch?v=N6NfrOEFrrU
"Nem sempre o fado tradicional ou castiço tem que ser antigo..." Pois não! Este fado é disso um bom exemplo.
Com letra de Tiago Torres da Silva, música de Daniel Gouveia (Fado Daniel) e interpretação de Linda Leonardo, este belíssimo fado parece não ter suscitado o interesse comercial (?) de nenhuma das editoras do país do Fado, tendo acabado por ser registado em CD "Mystery of Fado", editado pela Ark Music, em Londres... Da minha parte, Bem haja! Deu-me a oportunidade de ouvir e me deleitar com este fado que acho maravilhoso. PARABÉNS aos autores e à Linda que lindamente o canta !
Sem mais conversa, vamos mas é ouvir e cantar o fado!
"Se eu te disser, ao ouvido
Que o Fado me tem pedido
Para ninguém o cantar
Por favor, guarda segredo
Porque o Fado está com medo
Que alguém o queira matar
... ... ... ... ... ... ... ...
É por isso que eu lhe digo
Que, quando lhe dou abrigo,
Sinto o peito tão cansado
E um dia talvez consiga
Que, ao chorar, o Fado diga
Que quer voltar a ser Fado."
Este o fado que escolhi para despedida de 2007 e entrada em 2008, a todos desejando, essencialmente, PAZ. Essa é, de resto, a mensagem desta brilhante letra de Armando Neves, que ganhou o 1º Prémio de Poesia do Concurso Literário do Secretariado da Propaganda Nacional (1935); a música é de Miguel Ramos; a criadora deste fado foi Berta Cardoso, sendo este um dos seus fados mais emblemáticos e um dos seus maiores sucessos, e também da música portuguesa, em termos de venda e audição, à escala da época, claro está.
Aqui fica o meu agradecimento a Fernando Batista, que me enviou este fado interpretado pela Argentina Santos e cuja autoria se deve a Fernando Teles e a Filipe Pinto.
Embora o vinil não esteja já em muito boas condições, mesmo assim acho que vale a pena partilhar convosco este belo fado, com letra de Henrique Rego, música de A. Marceneiro que também brilhantemente o interpreta.
Uma letra de Carlos Conde na música do Fado Cuf, para lembrar que o Natal se aproxima e desejar, com o poeta, que o Natal "venha este ano com bandeirinhas brancas para todos"...
O pai Alfredo Duarte que, no Fado, ficou mais conhecido por "Marceneiro" e o filho, Alfredo Duarte Jr. a quem, no Fado, chamaram o "fadista-bailarino", cantam esta letra de Armando Neves, sendo a música do próprio A. Duarte. Ambos cantadores e fadistas que, "cantando o Fado com altivez", muito honram o povo português.
Um fado de João Dias e António Chainho, na voz de Ana Rosmaninho, que tão cedo nos deixou...
"As pessoas ouviam-na e choravam, Ercília cantava também com as lágrimas nos olhos. Era um fenómeno de comunicação. A sua voz tinha algo de tragédia grega, a sua expressão era, diziam, a de uma santa. Assim nasce o nome de "Santa do fado", explica Eduardo Damas, autor com E. Costa deste seu fado emblemático .
Se Berta Cardoso estivesse ainda entre nós, completaria hoje 96 anos.
Não poderia deixar passar esta data sem, mais uma vez, lembrar com saudade essa fadista maior que tão bem sabia transmitir Fado.
São autores deste tema, originalmente denominado "Feitiço",J. Linhares Barbosa (letra) e Martinho d'Assunção (música).
Para recordar esta "fadista de alma e coração", o fado "Mª da Graça" que pode "ouver" aí
http://fadocravo.blogspot.com/2008/07/m-do-carmo-torres-m-da-graa.html
Madalena de Melo canta um fado da Autoria de Armandinho. Ambos tiveram um papel preponderante na divulgação do Fado, formando com os também insignes João da Mata, Martinho d'Assunção e BERTA CARDOSO, o Grupo Artístico de Fados, responsável, no dealbar dos anos (19)30 por dar a conhecer a Canção Nacional, entre outras, em terras de Angola e Moçambique .
Um fado que é uma prece- "Guarda e protege os fadistas, N. Srª do fado!"
A voz de Carlos Zel, letra de Hortense V. César, música de "Vianinha".
Que Nossa Senhora ouça Carlos Zel !
Para lembrar Lucília do Carmo, este fado com letra de J. Linhares Barbosa e música de J.A.Sabrosa.
Mª Amélia Proença canta este fado com letra de Jorge Rosa e música de José Bacalhau.
A letra é de Gabriel de Oliveira, a música, de Manuel Soares Portugal, a voz, do fadista Frutuoso França.
Cantador e letrista, Júlio Vieitas interpreta este fado com letra de sua autoria e música de Armandinho.
Um fado da autoria de J. Linhares Barbosa e de José Marques, interpretado por Berta Cardoso, "A voz de oiro do fado". As fotos de Lisboa são de Dias dos Reis http://www.pbase.com/diasdosreis/root
Um fado de Manuel Pardal e de Armandinho, respectivamente, letra e música. Canta António Rocha.
Este foi o primeiro fado gravado por Mariana Silva, aos 17 anos. A letra é de Henrique Rego e a música de Alfredo Duarte "Marceneiro".
Acerca desta fadista, há vários postais que pode consultar no blog www.fadocravo.blogspot.com
Um vídeo da EradoGramophone http://www.youtube.com/user/eradogramophone, a recordar Hermínia Silva, no Fado das Toiradas, de Luís Galhardo e Hugo Vidal.
Uma "reportagem" muito tremida de uma minúscula parte da Procissão do Corpo de Deus que, hoje, teve lugar em Lisboa. A abrir a Procissão, a fantástica Charanga a cavalo da GNR que, entre outros, executou este tema que contém a seguinte prece: "Nossa Senhora...faz com que a guerra se acabe na Terra..."
Uma prece universal, creio eu.
Gabino Ferreira nasceu no Porto em 1922 tendo, por isso, ficado conhecido pelo "Miúdo do Bonfim". Em 1942 veio para Lisboa onde cantou em vários restaurantes típicos. Em 1946 participou no espectáculo "Portugal a cantar" que deu origem ao programa radiofónico "Voz de Portugal". Retirou-se da vida artística no auge da carreira. De entre muitos dos seus êxitos, lembro "Vamos para as hortas", "Lenda da Amendoeira", "Ri sempre" e "O Fado está doente", todos com música da sua autoria e letra de Carlos Conde.
Um fado na voz de Fernando Farinha,que é também autor da letra, música de Casimiro Ramos.
...do que mal acompanhada!
Um fado da autoria de Artur Ribeiro, criação de Flora Pereira.
Artur Ribeiro tem uma página www.arturribeiro.blogspot.com, editada por Regina Gonçalves que apresentará tese de mestrado acerca deste poeta,compositor e intérprete.
Flora Pereira, uma fadista da "velha guarda", que se estreou em 1948 na E.N., no programa "Do céu caiu uma estrela",cantou fado pela primeira vez na "Parreirinha de Alfama" a cujo elenco pertenceu durante vários anos, continua a cantar muito bem e a ser uma boa companhia...
Um poema de António Botto e música de Júlio Proença na voz singular de Júlio Peres.
Para todos os corações que andam mesmo a precisar de férias... e para os outros também, é claro!
VÍDEO DE HOMENAGEM
Nota biográfica:
Alfacinha de gema, Carlos Ramos tornou-se num dos fadistas mais queridos do público português, graças à sua voz quente e à sua postura modesta e discreta - e ao anormal número de grandes êxitos que teve, aliás ligados à popularidade crescente do disco e da televisão, meios de comunicação que explorou com grande sucesso no início da década de sessenta. Contudo, poucos se recordam que, apesar da sua apetência pelo fado vir de criança, só tardiamente Carlos Ramos o abraçou como carreira a tempo inteiro.De facto, Ramos gostava de ficar a ouvir o fado nas tascas de Alcântara, bairro onde nasceu em 1907, e foi como guitarrista acompanhante que iniciou carreira, aprendendo a tocar guitarra portuguesa na adolescência, nos intervalos dos estudos liceais. Estudou para médico, mas a morte do pai, com apenas 18 anos, obrigou-o a trabalhar para sustentar a família, dedicando-se à radio-telegrafia, ofício que aprendera no serviço militar e do qual faria carreira profissional. Continuava, contudo, a tocar e cantar nas horas vagas, primeiro apenas como acompanhante (nomeadamente de Ercília Costa numa digressão americana) depois também como fadista em nome próprio, acompanhando-se a si próprio à guitarra, acabando, a conselho de Filipe Pinto, por se profissionalizar como cantor em 1944. Estreou-se então no Café Luso, no Bairro Alto, criando Senhora do Monte o seu primeiro grande êxito.Ao longo da sua carreira, Carlos Ramos viria a especializar-se no fado-canção, género inicialmente pensado para os palcos de revista, e no qual conseguiria alguns dos seus maiores êxitos: Não Venhas Tarde e Canto o Fado. Frequentador regular das casas típicas de Lisboa durante as décadas de quarenta e cinquenta, fez também uma breve carreira internacional, participou em revistas e filmes e tornar-se-ia em 1952 artista exclusivo da casa de fado Tipóia, ao lado de Adelina Ramos, de onde sairia para, em 1959, abrir a sua própria casa, A Toca, experiência cujo sucesso não correspondeu às expectativas. Uma trombose ocorrida em meados da década de sessenta viria terminar abruptamente a sua carreira artística. Ramos morreria alguns anos mais tarde, em 1969.
Este fado, posteriormente intitulado Perna de Pau, é da autoria de Amadeu do Vale e de Raul Portela. Foi uma criação de Berta Cardoso na revista "Olaré, Quem Brinca".
Um fado da autoria de A. César Barbosa e de A.Duarte.
À guitarra J. Pracana e Fontes Rocha e à viola F. Peres (Paquito).
E, não se esqueçam: Amor também pode ser "um fogo que arde sem se ver"... Pois é, "se tão contrário a si é o mesmo Amor" como não há-de o Amor ser ComTradição?!...
Agradeço a Rogério Santos, editor do site www.industrias-culturais.blogspot.com/, ter visionado a sessão de encerramento da exposição sobre Berta Cardoso, que decorreu, em 21 Out.2006, no Museu do Fado.
Este fado - VOLTA - da autoria de Frederico de Brito e de Raul Pinto, foi um dos êxitos de Berta Cardoso, nos anos (19)30, aqui sendo reproduzida em gravação da época. Uma raridade!