domingo, junho 27, 2010

Ronda do Fado - Alfama


TAVERNA D'EL REY - Largo do Chafariz de Dentro, 14 - 15


S. MIGUEL D'ALFAMA - R. de S. Miguel, 9


PARREIRINHA DE ALFAMA - Beco do Espírito Santo, 1



O PEREIRA D'ALFAMA - R. Guilherme Braga, 22


MARÍTIMA DAS COLUNAS - Largo Chafariz de Dentro, 17



MARIA DA FONTE - R. de S. Pedro, 5



FADO MAIOR - Largo do Peneireiro, 7



ESQUINA DE ALFAMA - R. de S. Pedro, 4

DRAGÃO DE ALFAMA - R. Guilherme Braga, 8

CORAÇÃO DE ALFAMA - Tv. Terreiro do Trigo, 8

Com letra do Conde de Sobral, música de Casimiro Ramos, ALFAMA, nas inolvidáveis vozes de Natália dos Anjos e de Fernando Maurício.

O FADO NA TABERNA

(in G.P. 1934)

quinta-feira, junho 24, 2010

O FADO, Canção de vencidos

Foi sob esse título e obedecendo ao tema que, em 1936, foi publicada a compilação de 8 palestras, de Luiz Moita, emitidas pela Emissora Nacional,


colectânea ilustrada por Bernardo Marques


e de que vos deixo este apontamento, para reflexão, onde se cita António Arroio, que exprime o que pensava acerca do Fado e muito mais do que isso ...





Ao contrário dele, deixo-vos eu com este pedido

«Cantem o Fado

quarta-feira, junho 23, 2010

ALDINA DUARTE - BERTA CARDOSO




"Princesa prometida" em Noite de S. João, o Triplicado interpretado por Aldina Duarte com um excelente poema da sua autoria, e também interpretado por Berta Cardoso com um não menos excelente poema de Linhares Barbosa, a celebrar o S. João...

segunda-feira, junho 21, 2010

FADO no Câmara Clara - RTP2

Ontem, na RTP2, o Fado, particularmente a sua Candidatura a Património Imaterial da Humanidade, foi tema do programa Câmara Clara.

Logo a abrir, apresenta-se, do documentário Fado Celeste, um (mau) momento do depoimento de Celeste Rodrigues em que a própria divaga sobre a interpretação do "Saudade vai-te embora", não se alcançando bem o que pretende dizer para além de que a sua interpretação era tão excelente que até chegava a cantar esse fado 9 vezes por noite, a pedido do público, na que foi a sua casa de fados, a Viela; não quereria dizer, por certo, que o autor entendesse e lhe tivesse dado indicações para interpretar esta brilhante composição, que nem escreveu para o repertório da Celeste, como quem está "toda contentinha"?!... vale a pena relembrar e "re-ouver" aqui a magoada interpretação do próprio autor, Júlio de Sousa, que afinal também sabia cantar e que, tanto quanto sei, nem frequentava casas de fado, tendo tido a sua própria, no Bairro Alto... sendo que, habitualmente, era aí que o/as fadistas iam buscar as composições e ele as exemplificava ao piano... Ó Celeste, recordar desse modo Júlio de Sousa?!... "Não havia necessidade"! Enfim!...

Entrando propriamente no programa, ouvimos as razões e as lições de Sara Pereira e de José Pracana e ficámos com aquela estranha sensação de ouvir agora, como novas, coisas que têm vindo a ser ditas por várias pessoas que apenas não têm tido a devida visibilidade... um pouco como a questão das autorias, há quem tenha as ideias e depois quem as apresente como suas... pouco importa!

Por certo, para alguns de nós, o Fado será sempre o mais importante.

domingo, junho 20, 2010

O FADO de SARAMAGO

Precisamente por ser este blogue dedicado ao Fado, não poderia evitar deixar aqui assinalada a presença de Saramago nesta Vida e a sua Partida, em qualquer altura temporana, se bem que em vetusta idade.
Saramago, que a si próprio se viu, sem nisso acreditar, como se apenas fora a projecção de 4 pontos luminosos, por certo iluminará agora os céus que habite, como iluminou com o seu génio as Letras portuguesas e, diria, mundiais, o que lhe valeu a atribuição de um Nobel da Literatura, assim se reconhecendo o seu enorme valor, enquanto escritor e, claro, pensador. É notável o percurso de vida deste Homem, nado e criado até à adolescência na mais profunda ruralidade onde imperava a escassez de todos os meios, excepto o mais valioso, o do Pensamento de cujo paradigma, por ele próprio indicado - seu avô, o homem mais sábio que jamais conheceu, terá seguido o trilho, porém a seu modo. Dir-me-ão que não é do mais puro Fado que um ente tão pobremente nascido e criado, transfigurado de operário em intelectual, como quem estala os dedos em golpe de magia, tenha conseguido chegar, e por mérito próprio, ao cimo da mais alta montanha?! Dir-me-ão que isto não é Destino, não é Fado?!... Para mim, é-o tanto mais claramente que lhe foi dado cumpri-lo em Portugal, terra de lavoura dos mais preclaros espíritos, por onde também passaram um Padre António Vieira, Gil Vicente, Camões, Eça, Camilo, um Aquilino Ribeiro... e nenhum deles terá levado melhores memórias de seus contemporâneos e governantes das que agora carrega Saramago, a quem o mais alto representante da Nação (fazendo de conta que não o é) nega, com a sua ausência, o preito que em si e por si, Presidente, a Nação lhe deveria prestar... Felizmente que Saramago não está nem aí! está-se bem a ralar com isso, ora essa! mas que a nós, a todos que gostaríamos de nos vermos agora representados, nestas exéquias, por quem nos representa, assim representando a Nação, a nós custa-nos um bocado verificar que, afinal, entende o Sr. Presidente não ter este momento a necessária dignidade, que o leve a interromper as suas férias (?) para presidir aos funerais de um Homem que, mais do que da Família, é de Portugal, do país onde nasceu e que engrandeceu com a sua Arte, esse país de nautas, do qual já dolorosamente se apartara, de resto, por ter sido menos bem tratado por anacrónicos censores, mas país que nunca renegou e que escolheu para descanso das suas cinzas... ou de metade, ainda não se apurou bem... seja como for... será este seguidamente o Fado que Saramago tem a cumprir, mas que, tal como ele disse ao referir-se à publicação ou não de um seu romance inédito, já cá não estará, pouco lhe importará...
Quer queiram quer não, este Homem, que a mediocridade de alguns maltratou em vida e na morte, este português ribatejano Saramago, neto do Homem mais sábio que algum dia alguma vez conheceu, este escritor, que a Academia reconheceu e agraciou com o Nobel, ficará ainda na memória de todos, ombreando com os maiores, quando, dos que o desconsideraram, já nem memória de seu nome houver, que feitos foram nenhuns!...
Palmas para Saramago que tão bem cumpriu seu Fado.
***
Já depois de ter publicado este verbete, o amigo Fernando Baptista veio muito oportunamente lembrar que José Saramago está efectivamente representado no Fado; Mísia interpreta, no Fado Franklin, esta letra de José Saramago, disponibilizado neste belíssimo vídeo

E nem sequer é caso único... Igualmente de José Saramago, com música de António Vitorino de Almeida, Mísia tem no seu repertório um outro fado, o Fado Adivinha.

segunda-feira, junho 14, 2010

Não pareceria! é mesmo uma PARCERIA...

...entre o M. do F. e a S.P.A.

Parece-me bem! para além de muito necessário...

Para os menos atentos, como eu, que só hoje dei com ela, aqui fica a notícia da parceria , que foi devidamente protocolada, entre o Museu do Fado e a Sociedade Portuguesa de Autores.

Pela minha parte, as maiores felicidades para as equipas de trabalho, que vão ter muito que pedalar e partir pedra para abrir caminho... se possível, com a celeridade e o rigor que os tempos impõem e a candidatura requer...

domingo, junho 13, 2010

FLADO - "Fado de amor e pecado"

VÍDEO DE HOMENAGEM


Outra inevitável associação, a do mais recente Album da Ana Sofia Varela, que dá voz a composições da dupla João Monge e João Gil, igualmente autores do tema editado no Album Cristal (1996), pela banda Alma, perdão, Ala dos Namorados, "Fadodeamor e pecado", tema superiormente interpretado por essa voz de Castrato, registo único no panorama musical português, a de Nuno Guerreiro e pela notável cantaora de flamenco, Carmen Linares .
É curioso verificar que a "Ala dos Namorados" (1993 - 2008) quase sempre incluiu, nas suas edições discográficas, temas como este a que, possa embora ser discutível a sua essência fadística, se deu o nome de Fado; lembro o "Fado da rádio", "Fado de cada um", "Fado siciliano", "Mistérios do fado"... E porque não, Fado?... Se bem que, neste preciso caso, eu diria FLADO, de tal modo o Fado e o Flamengo tão bem se casam... Por falar em casamento, nem de propósito, a assinalar o dia de Stº António, o casamenteiro, das suas Noivas casadas a rigor e com o rigor que manda a Tradição... será?!
Fadodeamor e pecado... Haverá algum fado que não seja de amor e algum amor que não seja pecado? Amar é sempre pecado?!... amar em pecado é que já vai sendo difícil!... Apenas resta o próprio Amor como objecto de transgressão... dirão alguns -que saudade dos beijos roubados, dos namoros às escondidas, que era assim quase como um jogo, a ver quem mandava mais, se o poder de quem julgava tê-lo, se o poder do sentimento!... Mas, enfim, "todo o tempo é feito de mudança" e isto da Liberdade é como o Fado, é mesmo muito complicado... não errarei se disser que, entre os que repudiam a legalização de certos casamentos e os que a aprovam incondicionalmente, haverá os que, tendo-a desejado, se lastimam agora de lhes terem roubado a Liberdade de serem marginais!... Isto, há gente para tudo, mas também esta coisa dos casórios nem tem nada a ver com o tema que aqui se apresenta, o Amor... isso, é outra coisa!...
"O vento passa por nós e o resto é o mar"

sábado, junho 05, 2010

RUI VELOSO - BERTA CARDOSO - ANA SOFIA VARELA



FADO DO LADRÃO ENAMORADO(Letra de Carlos Tê - música e interpretação de Rui Veloso)

Vê se pões a gargantilha / Porque amanhã é Domingo / E eu quero que o povo note / A maneira como brilha / No bico do teu decote...


CINTA VERMELHA (Letra de J. Linhares Barbosa, Fado Magala, Repertório: Berta Cardoso)

Põe esta cinta vermelha / Para adelgaçar-te a cintura / Eu quero que as outras vejam / Que tens bonita figura...

Interpretação de Ana Sofia Varela

quinta-feira, junho 03, 2010

ANA MOURA - "Caso arrumado"

VÍDEO DE HOMENAGEM


Não te via há quase um mês / Chegaste e mais uma vez / Vinhas bem acompanhado / Sentaste-te à minha mesa / Como quem tem a certeza / Que somos caso arrumado // Ela não me queria ouvir / Mas tu pediste a sorrir / O nosso fado preferido / Fiz-te a vontade, cantei / E quando à mesa voltei / Ela já tinha saído // Não é a primeira vez / Que começamos a três / Eu vou cantar e depois / O nosso fado que eu canto / É sempre remédio santo / Acabamos só nós dois // Eu sei que tu vais voltar / P'ra de novo te livrar / De um caso sem solução / Vou cantar o nosso fado / Fica o teu caso arrumado / O nosso caso é que não.

Ana Moura interpreta, de Manuela de Freitas, no Pedro Rodrigues, este "Caso arrumado", cuja letra, tão curiosa quanto interessante, vale a pena aqui patentear, até mesmo porque reflecte, de certo modo, uma realidade tantas vezes vivida - a do "caso a três", remediado por um certo "nosso fado" que tem o poder de anular, sempre que necessário, o indesejado terceiro membro da relação e repôr o "nosso caso" a dois, eternamente arrumado... o reconhecimento e aceitação da infidelidade, sem dramatismos, a ajuda até na resolução desse deslize... isto é muito fadista! Lembra-me o "Fado Antigo", de Berta Cardoso, cuja letra, do Linhares, diz assim "...Eu ando cheia de ciúme / pelo meu bem que está ausente / É o rapaz mais valente / e também o mais infiel / Mas não me digam mal dele / Que eu não sou nenhuma santa..." Lindo! Quantas vezes ouvimos esta confissão?... Geralmente, os outros é que são infiéis!; nós, de santo/as, só nos falta o altar!...
Mas, o mais intrigante neste fado da Ana Moura é que, ao ouvi-lo, sempre me acorda a lembrança de um fado que ouvi na poderosa e inolvidável interpretação de Berta Cardoso e que, creio, pertence ao seu repertório, mas que apenas tenho na também superior versão de Fernanda Maria, "Candeia", de Frederico de Brito e J. Campos; oiçam lá, que vale a pena, embora o estado desta cópia não seja já dos melhores...

Não o via há tantos dias / Tinham dado avé Marias / Na capelinha da aldeia / Esperava por ele e não vinha / E como estava sozinha / Fui acender a candeia // Gemia o vento lá fora / Passa uma hora, outra hora / E ao romper da lua cheia / Ei-lo que vem meigo e doce / E fosse lá pelo que fosse / Tinha mais luz a candeia // Mil beijos, mil juramentos / E nesses loucos momentos / Toda a minha alma se enleia / Quis mostrar-me o amor seu / E jurou que era só meu / Pela luz daquela candeia // Mas vi-lhe a boca a tremer / Eu mesma não sei dizer / O que me veio à ideia / É que a verdade realça / Essa jura era tão falsa / Que se apagou a candeia.
E então?!... Se isto tem alguma coisa a ver!?... 'Tá bem, mas eu acho que sim, correcto? Há aqui umas associações fundamentais a que nem todos chegam, mas porém... é bom até, de vez em quando, dizer umas certas alarvidades... dá estatuto! Ah, pois é! A propósito, logo, lá te espero, na Procissão. Já sabes, se estiver com companhia, falamos depois... Claro, deixa lá... Isto, do Fado, é tramado, pá! Já estava aqui a lembrar-me doutro... os fados são como as cerejas Este ano estão um bocadito acres, p'ra meu gosto Não é isso... vêm uns atrás dos outros Ah, quem diria... como tu estás!... Eu, não é?! Ah, pois é!... :-)

quarta-feira, junho 02, 2010

Resposta

ao desafio lançado, pela minha vizinha da frente, no seu verbete Dois Tons.

De facto, tal como já lhe disse na minha meia resposta, conhecia esse fado de quadras soltas, cuja autoria da letra se atribui a J. Linhares Barbosa, editado em folheto que apresenta "algumas das mais lindas creações" do repertório de Ercília Costa, no Grupo Artístico de Fados, conforme se pode atestar pelos documentos expostos; repare-se, contudo, que apenas constam 3 das 4 quadras que Ercília canta.
Lembrava-me bem deste fado porque a 1ª destas quadras serviu de mote ao belíssimo fado glosado por Joaquim da Silva "E assim nasceu o Fado", do repertório de Mariana Silva.
Espero ter dado resposta capaz...

terça-feira, junho 01, 2010

Rua Berta Cardoso







Para começar bem o mês, fui hoje em romagem à Rua a que a edilidade entendeu dar o nome de Berta Cardoso, possivelmente em reconhecimento e como memória de uma das mais importantes fadistas do século XX, seguramente a mais importante durante as décadas de 30 a 50, como provadamente se prova por documentação nacional e estrangeira, da época.
Situa-se o referido arruamento na Ameixoeira, em boa vizinhança, precisamente entre a Rua Maluda (pintora) e a Rua Barata Feyo (escultor), tendo acesso privilegiado (praticamente à porta de quem lá mora circula o 106), havendo ainda a notar a feliz localização a cota elevada, donde se disfruta uma belíssima "paisaigem" como acima fica documentado em pormenor.

Fica assim, sem mais formalidades, inaugurada on line a Rua Berta Cardoso, rua que em tamanho é inversamente proporcional à importância que esta fadista e actriz teve/tem na História do Fado, hélas!...