quarta-feira, abril 25, 2007

"O Fado é uma canção livre"...

... diz José Luís Gordo em entrevista à SPA
Assim é, de facto. O fado, canção urbana e popular por excelência, resistiu durante décadas trocando as voltas à Censura... Era a canção que, ao povo, dava voz. Paradoxalmente, após o 25 de Abril, o Fado viveu alguns dos seus piores momentos e, quando digo Fado, nele incluo fadistas, compositores e todos os amantes de fado. Porém, resistiu e os seus detractores de então renderam-se à inevitabilidade da sua imprescindível existência. Presentemente, é a bandeira da nossa Portugalidade, a manifestação cultural proposta à UNESCO como Património Imaterial da Humanidade.
Hoje celebramos, em Liberdade, a Liberdade que, institucionalmente, resgatámos há 33 anos, através de um golpe de estado que ficou conhecido como a Revolução dos Cravos.
Grândola Vila Morena é um dos temas emblemáticos dessa Revolução. Da autoria de Zeca Afonso, aqui o têm na voz fadista de Maria da Fé.
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4 comentários:

Anónimo disse...

Quem diria!
Viva o 25 de Abril!
Bjs.

Anónimo disse...

“Apropriei-me” deste texto do Miguel Carvalho publicado hoje (26 de Abril)na “news letter” diária da Visão online e que considero que põe o dedo na ferida : é preciso fazer alguma coisa! E porque considero o teu blog como um local de opinião resolvi postá-lo…

AC/DC ( não, não é antes de Cristo nem depois de Cristo….)

“Foi preciso vir um homem que nunca festejou o 25 de Abril na rua dizer-nos a verdade: as comemorações da revolução dos cravos estão a precisar de se libertar do mofo.

Quem tem Abril inscrito nos genes já tinha percebido que as portas que o poema abriu não chegaram para arejar as ideias e abrir janelas ao ar do tempo.

Entre aqueles que cumprem rituais de caminhadas e vivas pelas avenidas abaixo – e eu sou um deles - a ironia afia-se todos os anos.

Contam quanto tempo falta para serem comparados aos velhinhos do 5 de Outubro, lamentam que os cravos sejam de estufa e sem cheiro, olham para o lado e esbarram nas caras da última vez, mais envelhecidas. «Sempre os mesmos», comentam.

Mas algo os impele, até num dia de temporal, a sair de casa, a ouvir as canções de outrora (ou de sempre?), ensopadas, e a usar o guarda-abril nos dias de tempestade. Nada a fazer. Quem anda às revoluções, molha-se.

Ora, o Presidente da República, ao ter razão na circunstância, perde-a por causa de um problema de memória. Já lá vamos... Mas diga-se, desde já, que não é só Cavaco a sofrer da doença: finalmente, uma ministra da Educação reconheceu que o 25 de Abril e o seu significado andam «ausentes» dos manuais escolares. Talvez seja por falta de tempo ou vontade para dar a matéria. Ou páginas a menos.

Nas minhas aulas de História do velhinho – e, já agora, concluído - 12º ano, lembro-me de uma professora que decidiu passar ao lado da matéria do dia e falar da revolução. Teve um pretexto: irritou-se quando uma aluna entradota, típica das aulas nocturnas, lhe disse: «O 25 de Abril foi um golpe reaccionário». A mulher passou-se.

Nesses tempos do meu 12º ano, Cavaco era primeiro-ministro. (Sim, ele já foi primeiro-ministro, daaaa! Dez anos). Tirando os primeiros tempos do pós-revolução, onde os sonhos ainda estavam al punto e a esperança não era entregue de bandeja aos partidos, a prática política das figuras que nos foram desgovernando desonrou o legado deixado por homens como Salgueiro Maia.

O cavaquismo foi a esse respeito um período de excelência. Lembro-me de festejar a Abril num País entalado em manchetes diárias de promiscuidades políticas, traficâncias, benesses, corrupções, fraudes, arranjismos e um farto catálogo de indignidades e decisões sem pingo de ética, vergonha ou pudor. Houve também cargas policiais, fundos europeus desbaratados, universidades privadas criadas como cogumelos e alimentadas por turbolicenciados com poder político e influências. Eles andam aí.

A isto se resume o reinado de Cavaco? Não, mil vezes não!, diria o Almada do Dantas. Mas talvez explique uma coisa simples: as comemorações de Abril precisam tanto de uma reciclagem como precisa a política, os seus protagonistas, e a democracia.

Se as comemorações falham na mensagem, quem nos governa e governou cometeu pecado maior: faltar ao prometido.

Se falta criatividade e marketing ao 25 de Abril, que os cravos sejam kravos, que se faça um rap da Grândola e se troque o fogo de artifício por poemas lançados do céu. Mas que Abril seja, ainda e sempre, dever cumprido.

Mais do que memória e simbolismo.

Antes de Cavaco. Depois de Cavaco. Sem Cavaco.”

Eu

Anónimo disse...

muito bem dizido. alem de livre é nacional, faz parte da nossa cultura

E Viva o Fado

Da Madragoa sempre

Anónimo disse...

http://www.belita.org/WEB'S%20MUSIC/Francisco%20Jose%20-%20Olhos%20castanhos.mp3