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sexta-feira, novembro 11, 2016

O FADO


" ...
Guitarras da Mouraria
Quando me ouviam cantar
Diziam que eu podia
Fazer do fado um altar.
..."

("O Fado" - As canções de António Botto)

"... Em 29 de Outubro de 1965 os seus restos mortais foram trasladados para Lisboa, por via aérea, mas só em 11 de Novembro de 1966 foram depositados num gavetão no Cemitério do Alto de São João, tendo assistido ao acto José Régio, Ferreira de Castro, David Mourão-Ferreira, Luís Amaro, Natália Correia, entre outros. ..." (ler +)


D.L.65

D.L.66

segunda-feira, abril 27, 2015

O Fado presta!

BERTA CARDOSO - "A Loucura dos Fadistas"

Foi com este verbete que, faz hoje dez anos, iniciei este blogue, num tempo em que muito pouco havia ainda na net acerca de Fado. Muitos outros blogues e sites foram depois aparecendo, podendo dizer-se que, hoje, se eu fechar portas, fica o assunto muito bem entregue e eu muito descansada porque não é lá por isso que se irá deixar de tratar de Fado por estes sítios. Mas também, diga-se de passagem, não penso encerrar tão cedo...:)
Poderia assinalar a data com mais "um vídeo daqueles", mas, pensando melhor, vou brindar com um excerto  de um texto a propósito, de António Botto, in "Cartas que me foram devolvidas"

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"Não digas que o fado não presta. O fado, por mais voltas que lhe dêem, é um lamento do amor, uma nota de saudade no fundo musical de um povo de mareantes e contemplativos, uma doce cantilena sem complicações de fusas na simplicidade baça de uma vida sem destino. O fado nunca faz mal. É um cansaço de sons na lira do infortúnio. Afastá-lo dos que o metem nas versalhadas de pé coxo com ideias de serradura, isso é que era necessário. E seleccionar as gargantas; raspar-lhes a desafinação, o pigarro, e ajustar o tom e as palavras no compasso do equilíbrio, da harmonia, e da beleza. Reprovar o que não presta. Deixá-lo ser verdadeiro, ungido naquela graça que é feita de uma tristeza que nasce do coração, e não lhe dar tremidinhos histéricos de baiana nem lhe meter histórias de comadres desavindas ou patrióticos disparates de bobos sem rei nem roque. Servem-se dele, do triste, para todos os salsifrés, e o pobre geme e suspira mascarado de vadio. Deixem-no andar isolado à mercê da inquietação que nasce da própria vida sem comando e sem contrôle porque o fado já não pode com tanta literatice. Rasguem e queimem essas cantiguinhas tolas que ele acompanha contrafeito. Debrucem-se, os poetas, na chaga social dos factos que entristecem a existência da hora actual tão profunda na tragédia e tão alta no anseio!..."

Assim falava António Botto, esse enorme poeta que também cantou o Fado

D.L.1925


Dom.Ilust.1925 

domingo, maio 29, 2011

António Botto e a II Festa do Fado






O Dom. Ilust.

No Teatro S. Luiz, onde se realizou a "2ª festa do Fado", em que participaram afamados fadistas António Botto cantou versos seus à guitarra...

segunda-feira, novembro 01, 2010

ANTÓNIO BOTTO

I.P.

Do genial António Botto, um dos poetas mais brilhantes do seu tempo, diz-se mesmo que era Homem de génio, o que terá contribuído para a sua proscrição; mas o que verdadeiramente o tornou num dos Poetas Malditos da nossa História Literária foi, por certo, a corajosa confissão do seu diferente sentir que um homofobismo dominante não consentia... esse dandy que encantou a boémia de Lisboa e que foi reconhecido maior pelos mais brilhantes intelectuais de então, que gozou de enorme, mas breve glória, e que deu também assinalável contributo ao Fado, a "Imortal Canção", viu-se constrangido a emigrar para o Brasil, com sua mulher, Carminda Rodrigues, sua companheira fiel mesmo nesses piores momentos de decadência e miséria vividos no "exílio"... Também ao partir, apenas os braços da sua "doce companheira" o terão acolhido e, por certo, selado, num demorado beijo, esse Amor jurado um dia, assim se cumprindo este Soneto...

sábado, fevereiro 14, 2009

TERESA SILVA CARVALHO - "Choram meus olhos"


Não sei se ando distraída, mas tenho a sensação de não ouvir falar de Teresa Silva Carvalho há bastante tempo. Creio que, nos painéis do Museu do Fado, a sua foto se encontra, entre as demais, a assinalar e lembrar a sua presença no Fado e o seu valioso contributo que, como muito bem refere Ary dos Santos, foi importante, não só como intérprete, mas também como compositora, para além do facto assinalável de escolher criteriosamente o seu repertório.
Este fado, com letra de António Botto, acerca do qual vos recomendo o visionamento desta exposição virtual http://www.bmab.cm-abrantes.pt/Ant%C3%B3nio%20Botto/.%5CExposicaoBotto.htm, é disso exemplo.
Espero que o vídeo esteja à altura da intérprete homenageada e dos autores
VÍDEO DE HOMENAGEM

sexta-feira, julho 01, 2005

CASAR

Relembrando António Boto,
a propósito... ou a despropósito... ou mesmo de propósito....

Casar, mas, para quê se o casamento
Não significa o verdadeiro amor?
E se ele existe e seja como for,
Deixa de ser amor nesse momento.

Leva-se a vida, então, no sofrimento
De um conflito movido no torpor
Que amortece o respeito e esse pudor
Necessários a nós e ao sentimento.

Com restritas e raras excepções
O homem e a mulher andam no mundo
Ao sabor das mais doidas ambições.

E mutuamente, embora não pareça,
Desejam ambos libertar-se, a fundo,
Ou aguardam que a morte os favoreça.

(in Sonetos)

domingo, junho 05, 2005

CANÇÃO 15

Homem que vens de humanas desventuras,
Que te prendes à vida, te enamoras,
Que tudo sabes mas que tudo ignoras,
Vencido herói de todas as loucuras.

Que te ajoelhas pálido nas horas
Das tuas infinitas amarguras
E na ambição das causas mais impuras
És grande simplesmente quando choras.

Que prometes cumprir para esquecer,
E trocando a virtude no pecado
Ficas brutal se ele não der prazer.

Arquitecto do crime e da ilusão,
Ridículo palhaço articulado,
Eu sou teu companheiro, teu irmão.

António Boto