quinta-feira, abril 12, 2007

Mestre Sócrates







Assisti ontem, com alguma perplexidade, à "entrevista" do Sr. P.M., cujo objectivo era unicamente o de apurar se, de facto, Sócrates mentiu relativamente ao grau académico que declarou ter ou se, de algum modo, foi favorecido na obtenção do mesmo.
É espantoso que seja esta a questão crucial do momento, que traz os portugueses tão preocupados e que a oposição quis transformar na questão nacional, embora, claro está, esta demanda não seja despicienda...
À falta de produção de prova pela acusação, Mestre Sócrates provou à vontade a sua razão, que detém licenciatura em engenharia e um MBA, afirmando mesmo orgulhar-se do seu percurso académico.
Quem levantou esta lebre, acabou por não lhe acertar...
É que, para ser um caçador de sucesso, é necessário ter bons cães, boas armas, boa pontaria, ser mais astuto que a lebre e, principalmente, nascer para isso!
Parece-me de toda a justiça que se reconheça a sageza do Engº Sócrates que, a tempo, percebeu não ter nascido para ser mais um vulgar engenheiro civil, mas sim um talentoso político.
Outros há que estão convencidos que nasceram para ser políticos, mas, quem sabe ?, não seriam brilhantes engenheiros...
É que, meus senhores, como dizia o grande Armando Neves numa letra que escreveu para o repertório de Berta Cardoso,
Cada qual é para o que nasce
Moravam, por sinal, no mesmo prédio,
um na mansarda, outro no rés-do-chão,
certo senhor doutor corado e nédio
e um sapateiro magro como um cão...


O doutor em Direito era formado;
porém, não era nada inteligente.
Cansava-se de esp'rar este advogado:
-não lhe batia à porta um só cliente !

Bastante inteligente, o sapateiro,
mas muito mau no ofício, por azar,
também levava a esp'rar o dia inteiro:
-nem meias-solas tinha p'ra deitar!

Um dia, o advogado, em voz chorosa,
ao sapateiro expôs suas razões...
Tiveram uma ideia luminosa
e trocaram, então, as profissões.

Com muitas encomendas de calçado,
fez-se o advogado artista de sovela,
- enquanto o sapateiro, em advogado,
suava p'r'atender a clientela!...

Tem esta breve história uma moral:
com ela uma lição talvez se deu...
- Pois cá por este mundo, cada qual
muitas vezes não é p'r'ó que nasceu!

2 comentários:

Anónimo disse...

iac! iac!
Qual será a minha?

Okawa Ryuko disse...

Exactamente! O Sócrates arrasou-os. É contudente, não deixa passar nada e sabe do que fala. Daí a raivinha com que os que desejariam vê-lo de rastos ainda estrebucham à volta de um assuntinho de somenos importância. Ainda bem o Fado Cravo agora tb se dedica a posts de opinião! Continue!