Efeméride.
Parece-me absolutamente justo que, desta ou de outra maneira, se lembre o nome e preste homenagem ao grande fadista que foi e é Carlos Zel, que prematuramente nos deixou. Por ele, e também para ouvir alguns dos fadistas anunciados, lá fui à Gala, bem sabendo que não seria uma noite de fados, nem do mais típico nem do mais tradicional...
Ora anotem- iniciou-se a noite com um bem português Welcome Drink no Du Arte Lounge ao mesmo tempo que no átrio, que serve este espaço e o acesso ao Salão P. eP., funcionários da imprensa se atarefavam em registar os primeiros momentos altos da noite: a chegada dos trabalhadores da empresa Jet 7, liderados pelo assessor principal Botox e respectiva Lady Whatever. Foi um momento very special este em que esses reconhecidos amantes de fado e estúrdia emprestaram as suas imagens às objectivas dos repórteres, assim simbolizando o povão presente em todos e em cada um de nós. Seguiu-se o jantar, servido no Salão Preto e Prata, cuja ementa só pecou por ser tão genuinamente portuguesa: canoa de papaia com camarões mar(in)ados ; creme aveludado de espargos frescos; naco de vitela grelhado com emulsão de poejos; bolo de amêndoa e gila com leque de abacaxi... francamente! é sempre a mesma coisa. Fartos de papaia e abacaxis andamos nós e de camarões e de emulsões, nem se fala! doces conventuais, então, é demais e com leque por causa dos calores... para esquecer. Não se lembraram de apresentar uma ementa mais original e europeísta, tipo pastelinhos de bacalhau à espanhola para começar o despique, um caldo verde francês para fazer cama a um very british patinho no forno a desgarrar com uns grelinhos cozidos e um puré de batata e depois um toucinho do céu holandês, tudo regado pelos vinhos além-tejanos que até não estavam mal escolhidos... Enfim, não me consultam, é o que dá... De realçar que o repasto foi acompanhado por música de fundo, primeiro um par de acordeões a recordar a chanson de vaudeville do Bairro Alto, depois uma pianada Alfamada, por Mestre Gama e, finalmente, directamente da Móraria, o conjunto "Lusitânia Ensemble" (pois!...) a esgalhar um género fado-câmara...
Parece-me absolutamente justo que, desta ou de outra maneira, se lembre o nome e preste homenagem ao grande fadista que foi e é Carlos Zel, que prematuramente nos deixou. Por ele, e também para ouvir alguns dos fadistas anunciados, lá fui à Gala, bem sabendo que não seria uma noite de fados, nem do mais típico nem do mais tradicional...
Ora anotem- iniciou-se a noite com um bem português Welcome Drink no Du Arte Lounge ao mesmo tempo que no átrio, que serve este espaço e o acesso ao Salão P. eP., funcionários da imprensa se atarefavam em registar os primeiros momentos altos da noite: a chegada dos trabalhadores da empresa Jet 7, liderados pelo assessor principal Botox e respectiva Lady Whatever. Foi um momento very special este em que esses reconhecidos amantes de fado e estúrdia emprestaram as suas imagens às objectivas dos repórteres, assim simbolizando o povão presente em todos e em cada um de nós. Seguiu-se o jantar, servido no Salão Preto e Prata, cuja ementa só pecou por ser tão genuinamente portuguesa: canoa de papaia com camarões mar(in)ados ; creme aveludado de espargos frescos; naco de vitela grelhado com emulsão de poejos; bolo de amêndoa e gila com leque de abacaxi... francamente! é sempre a mesma coisa. Fartos de papaia e abacaxis andamos nós e de camarões e de emulsões, nem se fala! doces conventuais, então, é demais e com leque por causa dos calores... para esquecer. Não se lembraram de apresentar uma ementa mais original e europeísta, tipo pastelinhos de bacalhau à espanhola para começar o despique, um caldo verde francês para fazer cama a um very british patinho no forno a desgarrar com uns grelinhos cozidos e um puré de batata e depois um toucinho do céu holandês, tudo regado pelos vinhos além-tejanos que até não estavam mal escolhidos... Enfim, não me consultam, é o que dá... De realçar que o repasto foi acompanhado por música de fundo, primeiro um par de acordeões a recordar a chanson de vaudeville do Bairro Alto, depois uma pianada Alfamada, por Mestre Gama e, finalmente, directamente da Móraria, o conjunto "Lusitânia Ensemble" (pois!...) a esgalhar um género fado-câmara...
Depois vieram então os fados e os fadistas, todos eles trazidos pela mão simpática do apresentador e também cantador Miguel Sanches (ou será Sanchez?). Nada digno de registo, à excepção do som, que estava e se manteve péssimo toda a noite, e de duas particulares intervenções- a de M. C. du Carmo e a do cantador Rodrigo. O primeiro foi lá para fazer desde já a divulgação do seu próximo CD que, segundo o próprio, inclui poemas de grandes poetas portugueses, nomeadamente de Nuno Júdice, "actualmente um dos 5 melhores poetas mundiais" (C. du Carmo dixit); e depois, acrescentou, "não se queixem de que não há poetas a escrever para fado... ". Eu só quero perguntar: -Conhecem a obra do Júdice?
Ponto alto da noite foi, sim senhor, a actuação de Rodrigo. Brindou-nos com um fado tradicional a vestir o belo poema de Linhares Barbosa "É tão bom ser pequenino", fado que interpretou magistralmente e que dedicou a todos os poetas, músicos e amantes do fado.
Nunca se perde a noite quando, pelo menos, se ouve um fado que diz assim:
"É tão bom ser pequenino
Ter pai, ter mãe, ter avós
Ter esperança no Destino
E ter quem goste de nós"
D'accord?
7 comentários:
Oh! Oui, pois claro, vale, vale,vale, Olé!
Já me ri! deve ter sido de ir às lágrimas!
Continua
Beijinho bom!
Eu
PS: Aguardo a próxima farpa...
uma cronica digna de figurar no expresso!! boa!
Valeria Mendez
As referências gastronómicas só se entendem pois não era um cardápio fadista. Quando ao Carlos do Carmo cantou bem, e aproveitou paar publicitar o seu próximo álbum, já que o anterior DVD não vendeu.
Gostei de ouvir a Ana Sofia Varela e a Argentina, concordoq ue o som estava péssimo. A Raquel e o Pedro não estiveram à altura do melhor que são capazes.
ha!ha!ha! Tem de escrever mais destas!
Antigamente, nao o inicio de certo fado, mas antigamente os casinos tinham obrigatoriamente de incluir fado no seu "show", actuar no Casino Estoril era uam referencia. Alguns artistas conseguiam contratos "lá fora" enviando uma foto sua em actuaçao no Casino. Mas os tempos são outros! E a Gala Carlos Zel tinha um público frio e pouco conhecedor, mau som de sala, fadistas nervosos - com à vontade só o Carlos do Carmo e a Argentina Santos - e um apresentador limitado. Chamar "faia" ao Carlos do Carmo é não saber de fado. Nenhum fadista foi apresentado com um mínimo de referencia a si ou à sua carreira que fizesse nexo. O cenário, repetitiovo, pecou por deixar os fadistas fumarem no palco, não fica de todo bem. Nota negativa para esta Gala, o Casino que reflicta pois Assis Ferreira estava na sala e sabe de fado, a Branca e o Júlio César, responsáveis directos da Gala, tem capacidade para exigir e fazer melhor!
Flores de Verde Pino
Lembra bem! De "faia", o CdoC só teve a casa de fados...
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