sábado, fevereiro 19, 2011
"Ciúmes de Guitarra" - ADA DE CASTRO
sábado, fevereiro 12, 2011
"Guitarras da minha vida" - Natércia da Conceição
A GUITARRA
Acerca da Guitarra Portuguesa, diz quem sabe:
"...A «guitarra portuguesa» está actualmente ligada indissoluvelmente e fundamentalmente ao fado (com acompanhamento de violão), tanto na sua forma de Lisboa como na de Coimbra , mas essa ligação parece na verdade ser um facto recente . No fado corrido, ela faz simplesmente o acompanhamento do canto; quando não há cantor, o guitarrista fantasia variações sobre o tema, abandona-se á inspiração do momento, borda floreios e ornatos. Nos seus primórdios, porém, ela parece ter sido um instrumento da burguesia, que servia qualquer género musical, «sonatas», «minuetos» , « marchas» , «contradanças» (Silva Leite) e « modinhas», em substituição do cravo e outros instrumentos para entretenimento de uma assembleia com dispensa de uma orquestra; era pois , então, um cordofone de sala, e o próprio Silva Leite escreveu para ele (com mais um violino e duas trompas) várias sonatas, em 1792 ;..." (daqui)
Eu, que de tudo só sei o quanto gosto, sei que mais gosto do Fado ao som da guitarra portuguesa, esse magnífico instrumento musical que o poeta Jorge Rosa celebra neste fado, interpretado por Natércia da Conceição, com música de José Marques do Amaral.
sábado, janeiro 22, 2011
O "Fado do Ganga" II
I.P.
Repararão que as coplas então cantadas diferem um pouco das conhecidas e que aqui lembro, na interpretação de Carlos Ramos. Um fado c'uma ganda mensagem, é o que é! De facto, esta coisa d'intiqueta, já não dá nem p'ró pitrol... na verdade, surte muito mais efeito deixar-se a gente de tretas, vai sopapos e galhetas e acaba-se logo ali o manipólio... Por isso, eu digo também ao meu amigo qu'este assistema é inficaz e, sendo-o, para quê utilizar outro?! É preparar p'ra la pregar, C'a mão no ar e o pé atrás... Zás!
(Vá!, aproveitem lá mais esta p'rós livrinhos e digam depois que foi dica dum amigo tal e tretta, muito conhecedor de fado... Pás!)
quinta-feira, janeiro 20, 2011
O fado do Castanheira
I.P.
Vão lá saber quem era o Castanheira de Moura do "fado do Castanheira"!...
Já não há quem faça letras assim, mas a verdade é que também já não há destas personagens (ou personalidades, como queiram) que valham um fado...
sábado, janeiro 15, 2011
Uma história banal...
I.P.
terça-feira, janeiro 11, 2011
"Fado do Benefico"
Sec. Com. - I.P.
Um "fado político" ou, se quiserem, uma curiosa "charge" a um notável político da altura.
sábado, janeiro 08, 2011
O "Fado do Ganga"
I.P.
A importância política e benefícios do Fado!...
O "Fado do Ganga", de João Bastos , criado por Estevão Amarante na Revista "O Novo Mundo" , em 1916.
quinta-feira, janeiro 06, 2011
O FADO POLÍTICO
Neste texto, começa Pinto de Carvalho por declarar que "Lisboa é a metrópole do fado" que é "genuinamente alfacinha"; refere-se às diversas fases e épocas do fado , nomeando as mais notáveis cantadeiras e cantadores, aos fados políticos e respectivas histórias e conclui reconhecendo que, muito embora, "nos últimos anos o fado tenha mudado de rumo, a hipócrita civilização do séc XX não logrará fazê-lo sumir no vórtice da moda, porque o fado é a mais portuguesa das canções portuguesas,enfim, porque o fado é o nosso absoluto da consciência real".
quinta-feira, dezembro 30, 2010
VARINAS
I.P. 1906
http://fadocravo.blogspot.com/2008/12/manuel-calixto-varinas.html
http://fadocravo.blogspot.com/2010/08/varinas.html
assim perpetuando a memória dessas mulheres que embelezavam todas as "Ribeiras" -
"A cadência sensual das suas ancas / Tem a forma das ondas no mar alto"
e que têm como paradigma possível "A Rosa da Madragoa", esta numa castiça interpretação de Raquel Tavares
estoutra, de J.Frederico de Brito, que Fernanda Maria magistralmente interpreta no Fado Seixal
E é com este cheirinho a maresia, que encerro a minha actividade de 2010, neste blogue, e desejo a todos os amigos e aos inimigos também (que bem precisam) uma muito boa onda para o difícil ano que se aproxima; porém, se tiverem que "mostrar quem manda" não hesitem em fazer uma enorme peixeirada (que muito alivia o stress) e até, porque não, "amandem c'uma chaputa" à tromba de qualquer um ... É mesmo a única linguagem que muitos deles ainda entendem e respeitam... Se persistirem em ser, como eu, very polite, verão como vos enrolam a torto e a direito com doces palavrinhas... Mas, p'ró ano, tudo vai ser diferente, aposto; sou até capaz de arriar a giga nas mais improváveis ocasiões e nos mais very refined places... Nestes tempos, uma lady também se passa, ora essa! Tal como um gentleman... lembram-se do rei de Espanha? Ora bem!...
sábado, dezembro 25, 2010
Prendinhas de NATAL

segunda-feira, dezembro 20, 2010
"É NATAL"
Há 82 anos nascia, no Barreiro, aquele que foi um notável fadista e autor, Fernando Farinha; este fado, com que hoje o lembro, mais uma vez, é de sua autoria e de Artur Ribeiro.
A todos desejo que seja sempre Natal !
domingo, dezembro 19, 2010
FLADO II
I.P.
J.Dantas - Ilust. Manuel Gustavo
De braço dado, Portugal e Espanha, flamenco e fado, ai! olé!...
domingo, dezembro 12, 2010
ANTÓNIO MENANO - "O Beijo"
terça-feira, dezembro 07, 2010
ALCINDO CARVALHO - "Vielas de Alfama"
VÍDEO DE HOMENAGEM
Soube, há um par de horas, que Alcindo de Carvalho foi hoje a enterrar; é uma das vozes fadistas que sempre muito apreciei, e que ouvi em vários espectáculos e casas de fado, particularmente em Alfama; talvez por isso, tenha escolhido este fado, que tão bem interpreta, para lhe prestar mais esta homenagem.
sábado, dezembro 04, 2010
"Ovelha negra" - BEATRIZ DA CONCEIÇÃO - FLORA PEREIRA
Chamaram-me ovelha negra / Por não aceitar a regra / De ser coisa em vez de ser / Rasguei o manto do mito / E pedi mais infinito / Na urgência de viver
Caminhei vales e rios / Passei fomes passei frios / Bebi água dos meus olhos / Comi raízes de dor / Doeu-me o corpo de amor / Em leitos feitos escolhos
Cansei as mãos e os braços / Em negativos abraços / De que a alma foi ausente / Do sangue das minhas veias / Ofereci taças bem cheias / À sede de toda a gente
Arranquei com os meus dedos / Migalhas de grão, segredos / Da terra escassa de pão / Mas foi por mim que viveu / A alma que Deus me deu / Num corpo feito razão.
domingo, novembro 28, 2010
sexta-feira, novembro 26, 2010
"O venenoso cogumelo do FADO"
I.P.
De entre muitos textos curiosos, do início do século passado, que tenho encontrado sobre o FADO, este mereceu-me hoje particular atenção, talvez apenas por causa daquela interessante comparação estabelecida entre os cogumelos e o fado... ambos tão "mortais" que, dizem uns, "Não comam cogumelos selvagens!", suplicam outros "Não canteis o Fado!".
terça-feira, novembro 23, 2010
Coisas e loisas do Fado...

Cantar Fernanda Maria
"Cantar Fernanda Maria”, título de um espetáulo no Teatro Armando Cortez, em Lisboa, a Carnide, junto á Casa do artista, que é "um brinde" à eterna interprete de “Não passes com ela à minha rua”.
Os fadistas são Gonçalo Salgueiro, Ana Moura, André Baptista, Cristina Navarro, Ana Maurício, Luís de Matos, Filipa Cardoso, Ricardo Ribeiro, Aldina Duarte, Pedro Moutinho, e Ana Sofia Varela.Serão acompanhados pelos guitarristas José Luís Nobre Costa e José Manuel Neto, os violas Jaime Santos Jr. e Carlos Manuel Proença, e os violas baixo Joel Pina e Daniel Pinto.
Fernanda Maria foi distinguida em 2006 com o Prémio Amália Rodrigues, no programa da gala, que ocorreu no Municipal S. Luiz, Nuno Lopes escreve: “Uma história abreviada do fado não pode deixar de referenciar Fernanda Maria” que qualifica de “intérprete de excepção” e “criadora de fados que perduram na memória”.
À Lusa o fadista Gonçalo Salgueiro, amigo desde sempre da fadista, afirmou: “No fundo, é mostrarmos-lhe o quanto gostamos dela e lhe estamos gratos”.
O fadista que é um dos protagonistas de “Fado – história de um povo”, no Casino Estoril foi o autor da ideia.“A ideia surgiu de uma conversa com a Cristina Navarro e o André Baptista, a que pronta e generosamente muitos aderiram, porque somos fãs da Fernanda Maria”, disse.
“Quem canta são os fãs da Fernanda Maria, daí não subir ao palco ninguém da sua geração”, justificou Gonçalo Salgueiro.
Para o fadista, Fernanda Maria “é uma referência de estilo”.“A Fernanda Maria é uma fadista de raça, tem uma voz completa com graves lindíssimos, médios cheíssimos e agudos esplendorosos e límpidos”, referiu.Nuno Lopes no citado programa refere a “voz límpida e segura”“Uma mulher – acrescentou Salgueiro – em que se percebia tudo o que dizia, cada uma das palavras, que tinha um respeito enorme pelos sentimentos dos poetas, que pesquisava ao máximo quando recebia um poema para não trair a ideia do poeta. Uma intérprete de exceção que nunca imitou ninguém”.Argentina Santos, Amália Rodrigues e Maria Teresa de Noronha são referências para a criadora de “Saudade vai-te embora”
A receita do espectáculo reverterá totalmente para a Casa do Artista.“É uma forma de lhe dizermos muito obrigado, gostamos muito de si, estamos-lhe gratos”, disse Salgueiro, acrescentando que “a utilidade de ajudar uma causa como a Casa do Artista que cada vez precisa de mais apoio”.
Fernanda Maria, 73 anos, começou a cantar aos 12 na Parreirinha de Alfama, e mais tarde, n'0 Patrício, na calçada de Carriche. Com 15 anos apresentou-se na Emissora Nacional, e entre cem candidatos foi uma das escolhidas, passando a atuar em programas como "Serão para trabalhadores", "Estrelas no Odeon", "Comboio das seis e meia" ou "Passatempo PAC".Integrou o elenco de várias casas de fado de Lisboa até fundar a sua própria, “Lisboa à noite”, no Bairro Alto, em 1964.Apenas uma vez cantou fora de Portugal, na Holanda, apesar “dos insistentes convites, até para ir ao Lincoln Center”, recordou numa entrevista à imprensa. Para os Estados Unidos gravou 20 álbuns.
A ex-locutora radiofónica Ema Pedrosa afirmou à Lusa: “se fosse hoje, com a quantidade de discos que vendeu, a Fernanda Maria tinha mais que uma parede só com discos de ouro, foi um estrondo de carreira”.
Entre os seus sucessos contam-se “Não passes com ela à minha rua”, “Saudade vai-te embora”, “Algemas de vidro”, “Negro ciúme”, “As pedras da minha rua”, “Às de espadas”, “Homem de fato castanho”, “Barcos do Tejo” ou “Aquela velhinha”.
Todos os fadistas interpretarão um fado do repertório de Fernanda Maria que obteve a carteira profissional em 1957 e encarou o Fado como razão e explicação da sua existência. Em 1968 afirmou à revista Magazine: "Não sei se foi a pobre existência que tive, se foi a influência de ouvir cantar fado, que gravaram em minha alma esta forma de sentir".Inez Benamor
Ó mulata Berta Cardoso, olha que, ariana que sou, fiquei negra de vergonha!
Laus Deo!
sexta-feira, novembro 19, 2010
"Cantar para FERNANDA MARIA"
Li, no HardMúsica que recebi hoje, a notícia abaixo, que aqui não posso deixar de publicar, não só para chegar a mais e outro público que queira estar presente nesta homenagem que Fernanda Maria tanto merece, mas também para fazer duas pequenas correcções.
Bons Fados!
Lá nos encontraremos Domingo, se Deus quiser e o Tempo ajudar!
"Homenagem a Fernanda Maria na Casa do Artista
Entre os músicos destacados para os acompanhar contam-se José Luis Nobre Costa, Jaime Santos Jr, Joel Pina, José Manuel Neto, Carlos Manuel Proença, Daniel Pinto.Maria Fernanda Carvalheira dos Santos nasceu em Lisboa em 1937 começando desde muito nova a sua vocação como fadista. Chegou a ser conhecida como "A Miúda do Alto do Pina" talvez porque a sua carreira se iniciou nas mesmas alturas de Tristão da Silva. Com apenas 12 anos de idade gravou o seu primeiro disco e a sua estreia como fadista profissional ocurreu no Parreirinha de Alfama. Nos anos 60 Fernanda Maria realizou o seu sonho com a abertura da sua casa típica "Lisboa à Noite", um local atraente para as grandes estrelas do fado num ambiente onde os apontadores do fado e os fadistas de nome se reuniam para ouvir a canção de Lisboa. Fernanda Maria também cantou fora de portas realizando digressões pelo estrangeiro."
Zita Ferreira Braga
quinta-feira, novembro 11, 2010
"Estás a pensar em mim, promete, jura"
Mariza grava novo disco com fados tradicionais
“Fado tradicional” é o título do novo álbum de Mariza, que integra um dueto com Artur Batalha, “Promete jura”, e ainda temas de autoria de Fernando Pessoa, Amália Rodrigues e Diogo Clemente, entre outros, noticiou a Lusa.
O álbum, o quinto de estúdio de Mariza, é o primeiro produzido pelo músico Diogo Clemente, e será apresentado no Coliseu do Porto, no dia 25 de Novembro, e no dia 29 no de Lisboa, num cenário desenhado pelo arquitecto Frank Gehry.
Tal como o título indica, as melodias que interpreta são fados tradicionais, casos do Fado Sérgio, a solo e em dueto com Artur Batalha, no tema “Promete jura” (Maria João Dâmaso/Sérgio Dâmaso), Fado Alfacinha para o tema de Fernando Pinto Ribeiro “As meninas dos meus olhos”, ou o Fado Varela para uma letra de Diogo Clemente, “Mais uma lua”.
De Fernando Pessoa interpreta na melodia do fado bailarico de Alfredo Marceneiro, “Dona Rosa”.
“Ai, esta pena de mim” (Amália Rodrigues/José António Guimarães Serôdio) no Fado Zé António, e “Na rua do silêncio” na melodia do fado alexandrino de Joaquim Campos com letra de António Sousa Freitas, são dois dos temas do repertório de Amália Rodrigues que recria.
Acerca deste CD, o musicólogo Rui Vieira Nery afirma que a fadista “regressa às próprias raízes do fado ‘clássico’, mergulhando por completo nas tradições mais autênticas e mais consagradas pelo tempo de um género de que é hoje um expoente consagrado”.
“Ao mesmo tempo – escreve ainda Nery – [Mariza] continua atenta a uma nova geração de jovens compositores como Sérgio Dâmaso, e estimula os seus acompanhadores a apoiá-la nesta viagem como um suporte instrumental assumidamente contemporâneo e por vezes ousadamente experimental”.
Uma “mistura tão especial do velho e do novo, mas sempre só o melhor”, remata o musicólogo.
“Rosa da Madragoa” (Frederico de Brito/José Duarte) na melodia do fado Seixal, “Boa noite, solidão”, um tema criado por Fernando Maurício, no fado Carlos da Maia, com um poema de Jorge Fernando, “Desalma” de Diogo Clemente na música do fado Alberto de Miguel Ramos, e ainda “Meus olhos que por alguém” no fado menor do Porto de José Joaquim Cavalheiro Jr. com letra de António Botto, de quem a fadista já interpretou “Os anéis do meu cabelo” com música de Tiago Machado, são outros dos temas incluídos no álbum.
O novo disco estará disponível numa “edição standard” (CD com 12 fados), numa “edição especial” (12 fados e dois extra) e uma "edição digital".
Os temas extra da edição especial são “Olhos da cor do mar” de João Ferreira-Rosa e Óscar Alves na música do fado Amora de Joaquim Campos, e “Lavava no rio lalava” de Amália Rodrigues e José Fontes Rocha.
“Fado Tradicional” foi gravado no Lisboa Estúdios entre julho e setembro passados, e sucede a “Terra”, produzido por Javier Limón, editado em 2008.
A fadista é acompanhada por Ângelo Freire (guitarra portuguesa), Diogo Clemente (viola) e Marino de Freitas (viola-baixo).
Mariza, já distinguida com vários prémios nacionais e internacionais, actua dia de S. Martinho (dia 11) na Sala Palatului na Roménia, seguindo para a Suíça onde canta em Basileia, no dia 14.
(IB)
Foi a surpresa, a saudade e a emoção e
finalmente, resolvi registar em vídeo esta superior interpretação do fado "Estás a pensar em mim", também conhecido como "Promete, jura", um fado de que são autores o Sérgio Dâmaso e a filha, Mª João, um fado que muitas vezes ouvi na "Viela", precisamente interpretado pelo seu criador e autor da música, o Sérgio.
segunda-feira, novembro 01, 2010
ANTÓNIO BOTTO
I.P.
Do genial António Botto, um dos poetas mais brilhantes do seu tempo, diz-se mesmo que era Homem de génio, o que terá contribuído para a sua proscrição; mas o que verdadeiramente o tornou num dos Poetas Malditos da nossa História Literária foi, por certo, a corajosa confissão do seu diferente sentir que um homofobismo dominante não consentia... esse dandy que encantou a boémia de Lisboa e que foi reconhecido maior pelos mais brilhantes intelectuais de então, que gozou de enorme, mas breve glória, e que deu também assinalável contributo ao Fado, a "Imortal Canção", viu-se constrangido a emigrar para o Brasil, com sua mulher, Carminda Rodrigues, sua companheira fiel mesmo nesses piores momentos de decadência e miséria vividos no "exílio"... Também ao partir, apenas os braços da sua "doce companheira" o terão acolhido e, por certo, selado, num demorado beijo, esse Amor jurado um dia, assim se cumprindo este Soneto...
quinta-feira, outubro 21, 2010
BERTA CARDOSO
Como já vem sendo hábito, desde que iniciei este blog, em 2005, sempre assinalo o 21 de Outubro, lembrando esse nome maior do Fado, que foi a cantatriz BERTA CARDOSO, nascida em Lisboa, neste dia, em 1911.
Hoje, ao recordá-la, lembro também um assunto de que me ficou alguma mágoa. Há cerca de uns quatro anos, fui contactada por uma editora fonográfica no sentido de disponibilizar a informação possível, uma vez que ia ser editado, na colecção Biografias - Fado, um CD de Berta Cardoso. É claro que não me fiz rogada e forneci todas as indicações que tinha e documentos que me foram solicitados, e até escrevi, por igualmente me ter sido solicitado, um breve apontamento acerca da Diva. Tempo passou, a água dos rios correu sob as pontes e, do CD, nem novas nem mandados... O responsável pela editora, pessoa tão bem educada quanto desalembrada, nunca teve uma palavra de agradecimento pela colaboração prestada e nem sequer uma explicação pelo facto de, afinal, o CD não ter saído da fase de projecto... Do "livrinho" que o acompanharia, dou a conhecer a capa e o texto que então escrevi.
É lamentável que, até hoje, se não tenha reeditado, em CD, pelo menos o pouco que ficou e/ou se conhece gravado do que foi o imenso repertório de Berta Cardoso. Talvez que, algum dia, alguém nos presenteie com a edição de um desses CD... Pela minha parte, para o ano, data em que se comemora o centenário da artista, penso editar um livro em que reunirei a parte mais significativa do seu repertório e... quem sabe?!... Vai ser edição mais que limitada; por isso, meus amigos, o melhor é irem já inscrevendo-se!... Entretanto, não deixem de consultar a Fadoteca; ajuda a clarificar muitas obscuridades circulantes difundidas pelas instituições dominantes e descobrir-vos-á, por certo, alguns "segredos" que, embora, tendo sido bem guardados, deixaram de o ser, hélas!... Creio que não se arrependerão!
Para ti, Berta Cardoso, esta constante saudade!
sexta-feira, outubro 15, 2010
KATIA GUERREIRO - "Minha Lisboa de mim"
"Fado Maior", o primeiro CD de Kátia Guerreiro, bem parece ter sido nome premonitório de uma carreira que tem vindo a crescer na voz e interpretação desta fadista que, não tendo embora nascido em solo português, encontrou em Lisboa a sua identidade; "Minha Lisboa de mim", de Nuno Gomes dos Santos e de Silvestre Fonseca, um Fado Maior a celebrar 10 anos de carreira de uma fadista já consagrada.
"Um Programa de Fado"
terça-feira, outubro 05, 2010
"AS QUATRO PADROEIRAS" - Manuela Telles da Gama
Este tema, de que hoje aqui dou notícia, integra um CD muito especial, produzido pela Fundação Nossa Senhora da Saúde (a "Nossa Senhora do Fado"), constituído por 12 fados-oração, interpretados por Manuela Telles da Gama, a Mané, como é conhecida entre os Fadistas.
Sendo Portugal um país de filiação católica apostólica romana, como o foi exclusivamente até há bem poucas décadas atrás, é natural que o Fado espelhe igualmente essa realidade, como se verifica no já consagrado Repertório Fadista, de que lembro, por exemplo, o "Avé Maria Fadista" e "Senhora da Nazaré", temas que também fazem parte deste disco.
O poema deste Fado que escolhi, "As quatro Padroeiras", é de Diogo Pacheco de Amorim e a música é de José Campos e Sousa.
VÍDEO DE HOMENAGEM
sexta-feira, outubro 01, 2010
"Adeus Mouraria"


Sec. Ilust. 1948
segunda-feira, setembro 27, 2010
"Ouvi dizer"
MARIA GALVANY sings "Ouvi dizar" by Julio Neuparth--FADO PORTUGUEZ--Victor record 87061, recorded May 12, 1908. BRILLIANT singing & a BRILLIANT recording. Contrary to what you're thinking, some of you night recognize the latter part of this song, which is very beautiful and lively.
This disc was never released in the U.S., which explains why it's generally UNKNOWN.
In Dec. 2008, the composer's great- grandson, Antonio Neuparth Sottomayor, sent an email from Portugal that included a picture of Galvany and the 1903 program where the song was introduced to the public. FADO was written FOR Maria Galvany.
Galvany made 22 "G & T Victor" recordings, most of which were not in U.S. catalogs.
Marisa Galvany (1878-1944), one of the most dazzling coloratura sopranos who every lived, was born in Granada and studied at Madrid Conservatory.
She made her debut as Lucia at Cartagena in 1897. Specializing in coloratura roles, she sang with great success in Spain and Italy, gaining her greatest popularity in South America. She also toured with a company that performed throughout Europe, including Russia, where she was a favorite singer.
In London in 1909, she appeared at Drury Lane as Amina, Rosina, and in the title role of Meyerbeer's Dinorah. In Lisbon she sang uninterruptedly for 15 years at the Coliseu.
She gained great success in Parma, Venice, and Genoa. Galvany NEVER appeared at La Scala, the Met, the Teatro Cólon, or Covent Garden.
She retired to Brazil, taught for a period, and died there in poverty. (Daqui)
Acerca do autor:
(Rev. Occidente 1901)
sábado, setembro 25, 2010
"BICHINHA GATA"
Partitura de um dos fados desta revista, o "Fado da Amargura".
"Nas revistas portuguesas, o fado é inevitável. O fado é a cocaína do nosso povo"
O nosso povo, agora, parece preferir outras cocaínas..., mas que o Fado voltou a estar na moda, lá isso!... o que muito apraz a todos os oportunistas e aproveitadores... Já agora, pelo menos, que dele se não pudesse augurar a desnacionalização, como Oliveira Martins o faz acerca do futuro da revista portuguesa , mas que, a mim, me não lembra outra coisa, lá isso!...
O futuro, já nem digo, mas também; agora, a origem, valha-me Deus!... Mas é a tal coisa que o povo diz e com razão "Quem te manda a ti, sapateiro, tocar rabecão"?!... Depois, levamos "Gato por lebre", é o que é!...
terça-feira, setembro 21, 2010
VINDIMAS e "PARREIRINHAS"
I.P.
Em tempo de vindimas, relembremos o "Parreirinhas", um fado de Mª Nelson e de Casimiro Ramos, interpretado por Mavilda Gonçalves, a recordar-nos que o vinho mais do que "o prazer celta de beber e sonhar" significa ou, pelo menos, significava "a abundância de todo o ano, a riqueza para muitos e o conforto para todos"...
sábado, setembro 18, 2010
A canção das perdidas...
I.P.
...autorias???
... do Fado?!
Um breve por exemplo de duas dessas quadrinhas "das perdidas", que se cantam em Fado, porém desenquadradas deste contexto (se bem que não completamente) e autoria (completamente) e noutros integradas... Não sei se me faço entender...
Dos fados "Mª Madalena", por Lucília do Carmo e "A mais linda mulher", pelo Júlio Peres.
(A propósito, reparei que, num dos blogues sobre fado, que entendo aqui não dever nomear, vem erradamente indicado como sendo Carlos Zel o intérprete de "A mais linda Mulher", em vez de Júlio Peres, embora as vozes nem sejam confundíveis... enfim, numa confusão ou num erro, qualquer um tropeça e pode mesmo cair, mas que, depois de receber dois comentários de alerta, o autor não se tenha dado ao trabalho de proceder a verificação e emenda... Pois é, por estas e por outras...)
Perdidas, mas achadas!...
sexta-feira, setembro 17, 2010
"Lembrança é quase presença..."
Duas grandes interpretações de um mesmo fado "Vi-te há bocado", do repertório de BERTA CARDOSO, que não o gravou, nas vozes das veteranas Mª AMÉLIA PROENÇA e BEATRIZ DA CONCEIÇÃO, vulgo BIA.

terça-feira, setembro 14, 2010
"CAVALINHOS"
segunda-feira, setembro 13, 2010
Feira da Luz
I.P. 1922
Mais um documento para a validação da teoria da origem afro-brasileira do Fado, do ponto de vista de uma problemática inclusiva de uma etnografia contextualizante de uma super-estrutura melómana e lundúnica, assente numa perspectiva crítica da modernidade académica...
O Fado, a ceguinha e... o sexo dos anjos!... :-)
domingo, setembro 12, 2010
sábado, setembro 04, 2010
Fado Antigo ou Perna de Pau
I.P.
"Mas houve um que era o primeiro
I.P.
"Oiçam bem o nome dela
A genial Ângela Pinto!"
"Vão saber quem ela era
Era a Maria Vitória!"
segunda-feira, agosto 30, 2010
"Em Alcácer eram verdes..."
"As Guitarras de Alcácer Quibir" - premissas criativas que giram à volta do fado...
sábado, agosto 28, 2010
VARINAS
"Varinas", um poema de Fernanda de Castro, publicado em 1922 na I.P.,
musicado e interpretado por Frei Hermano da Câmara
quinta-feira, agosto 26, 2010
quarta-feira, agosto 25, 2010
"Cigarra e formiga"
domingo, agosto 22, 2010
OS NOSSOS FA(R)DOS
Uma fantasticogenial produção Mandala... (que era o que muitos mereciam, era!...)
Continuem a mandar assim, que nem todos podemos mandá-los desta maneira...
E não, Xoné, essoutro "Fados" nada tem a ver com este e já repetidamente expliquei que não é produção Mandaura... Apre!
Este, sim! Mandá-la ouver!...
quinta-feira, agosto 19, 2010
domingo, agosto 15, 2010
La "Manola Caracol"
Datada de Maio de 1963, esta dedicatória do conceituado poeta e letrista espanhol Xandro Valério à grande Berta Cardoso, "Manola Caracol" de Portugal!...
e Olé!
segunda-feira, agosto 09, 2010
FadoLaFéria em férias
Um espectáculo espectaculoso, desses que o La Féria sabe fazer e a que nos habituou. "Muita parra, pouca uva", um espelho deste tempo que mais valoriza o parecer que o ser... Ostentoso que baste, nos cenários, guarda-roupa, luz, som, nem esquecendo esculturais bailarinos e figurantes... Interessante, de facto! Mas que revisite "a história do Fado Português", como se anuncia... nem por lá passa! Nesse pequeno pormenor ou pormaior, como queiram, é um falhanço tão grandioso quanto pomposo é o espectáculo... já nem querendo referir alguns quadros de gosto duvidoso, não poderei deixar de lamentar o logro da "reconstituição" histórica anunciada e apresentada que, afinal, mais não será do que "a história do fado segundo La Féria" que, diria eu, não está mal de todo, não senhor, até fala da Severa, da Cesária, do Marceneiro, também do Farinha e do Carlos Ramos e nem esquece o Maurício, nem mesmo a Mª Teresa de Noronha e, vejam lá, até homenageia o Ary e o Carlos do Carmo e nem Hermínia, nem a Amália foram esquecidas, mas que hei-de fazer?, acho que lhe falta tudo, falta-lhe o substrato!...
Vão ver! Depois falamos...
domingo, agosto 01, 2010
As TIAS
"TIA MACHETA"
"TIA DOLORES"
letra de Linhares Barbosa, música de José António Sabrosa, do repertório de Lucília do Carmo, interpretado pela própria
"TIA ANICA"
letra de Francisco Radamanto, música de Acácio Gomes, criação de Florinda Maria, interpretado por Anita Guerreiro
P'ra quando o Dia da Tia? não fora a cacofonia!... :-)