Um belíssimo fado, com letra de João Dias, duas interpretações de excepção - a de Beatriz da Conceição, que integrou este fado no seu repertório (embora tenha sido escrito para uma antiga fadista- Emília Reis -que foi também a sua criadora); a de Flora Pereira, que o recriou e em boa hora o gravou.
Chamaram-me ovelha negra / Por não aceitar a regra / De ser coisa em vez de ser / Rasguei o manto do mito / E pedi mais infinito / Na urgência de viver
Caminhei vales e rios / Passei fomes passei frios / Bebi água dos meus olhos / Comi raízes de dor / Doeu-me o corpo de amor / Em leitos feitos escolhos
Cansei as mãos e os braços / Em negativos abraços / De que a alma foi ausente / Do sangue das minhas veias / Ofereci taças bem cheias / À sede de toda a gente
Arranquei com os meus dedos / Migalhas de grão, segredos / Da terra escassa de pão / Mas foi por mim que viveu / A alma que Deus me deu / Num corpo feito razão.
2 comentários:
um grande poeta...
http://www.fotolog.com/poemencena/59464215
Roberto
Agradeço a indicação do texto no Fotolog, a que já dei link no corpo do verbete.
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