Em Junho de 2008 editei este vídeo de homenagem a Natália dos Anjos, lembrando esta fadista maior da velha guarda com o fado "Cigarra e Formiga", cuja letra, de Linhares Barbosa, recria a conhecida fábula de Esopo que La Fontaine recontou...
A pedido de Luisa Notarangelo, editora deste blog , aqui fica a curiosa letra do fado, que desmente essa antiga e bizarra lenda da cigarra cantadeira e da afadigada, porém, impiedosa formiga "- Ah, cantaste? Então, agora, dança!..."
É que, afinal, também trabalha quem canta!...
Desminto uma lenda antiga
Muito velhinha e bizarra
Que conta que uma formiga
P'lo trabalho e p'la fadiga
É diferente da cigarra
*
Eu sou cigarra e formiga
Pois vivo desta maneira
Sou modesta rapariga
De noite boto cantiga
De dia sou vendedeira
*
Não faço aquela algazarra
Duma cigarra no prado
Canto ao som duma guitarra
De dia ninguém me agarra
Em qualquer sítio de fado
*
Como o trabalho me anima
E me dá pão e me alegra
E a freguesia me estima
Não canto nem uma rima
Quando sou formiga negra
*
Sou cigarra e sou formiga
E a tudo isto eu acho graça
Nem consinto que se diga
Mal de qualquer rapariga
Que ganha a vida na praça.
2 comentários:
Muito obrigada tia!! Gosto muito deste fadinho...assim estará no meu reportorio!
Um abraço, Luisa
FORÇA! Quero ouvir isso.
Sempre que precisar, já sabe.
Abraço
O.
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