domingo, agosto 07, 2005

Um Soneto de REINALDO FERREIRA


Cacti Posted by Picasa

Passemos, tu e eu, devagarinho,
Sem ruído, sem quase movimento,
Tão mansos que a poeira do caminho
A pisemos sem dor e sem tormento.

Que os nossos corações, num torvelinho
De folhas arrastadas pelo vento,
Saibam beber o precioso vinho,
A rara embriaguez deste momento.

E se a tarde vier, deixá-la vir...
E se a noite quiser, pode cobrir
Triunfalmente o céu de nuvens calmas...

De costas para o Sol, então veremos
Fundir-se as duas sombras que tivemos
Numa só sombra, como as nossas almas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Que bom seria poder cantar este soneto! Há para aí algum Alain Oulman para me fazer uma musica?
Grande Poeta, que Amalia também cantou. Aquele "Medo" musicado pelo Oulman é uma verdadeira obra d«'Arte
Valeria Mendez