segunda-feira, agosto 15, 2005
Um poema "rubro" de CESÁRIO VERDE
Papoilas
DE TARDE
Naquele «pic-nic» de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão de ló molhado em malvasia.
Mas, todo púrpuro, a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!
(Hello!? : Alguém por aí que goste de pão de ló molhado em malvasia? 'bora fazer um pic-nic?...)
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1 comentário:
Nunca experimentei esse pão de ló!
E Cesario Verde, é sempre um 'must'...
Valeria M.
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