sexta-feira, dezembro 23, 2005

NATAL

A todos os meus amigos e a todos quantos fazem o favor de me visitar e, particularmente, aos que, comentando, me fazem companhia, os meus votos de um NATAL que em tudo corresponda ao que desejam.
E, para todos, este poema de David Mourão-Ferreira
NADA/NATAL
Este lume que já nos não aquece
Este medo do nada que nos contem
Esta névoa de nata em vez de neve
E a nossa vida cada vez mais ontem
Este Sol que não rompe sob os cactos
Estes mortos de novo hoje tão perto
É no búzio dos crânios exumados
que melhor nós ouvimos o deserto
Estas folhas de plátano Estas mãos
que o fogo vai torcendo lentamente
Esta cinza no fim de uma oração
Este sino Este céu sobrevivente
Mas soa a meia-noite E logo o nada
deixa de estar em tudo como estava

3 comentários:

Anónimo disse...

Merci. Merci beaucoup. Joyeux Noël aussi pour vous. ******

Anónimo disse...

Natal

Hoje é dia de Natal.
O jornal fala dos pobres
em letras grandes e pretas,
traz versos e historietas
e desenhos bonitinhos,
e traz retratos também
dos bodos, bodos e bodos,
em casa de gente bem.
Hoje é dia de Natal.

- Mas quando será de todos?

(Sidónio Muralha)


Desejo-te, e a todos os que te são queridos, um Natal de todos.

Paulo Nunes

Anónimo disse...

Obrigada por nos recordares Mourão-Ferreira.
Egostei muito do escreveste sobre a Elisabete. Ela estará sempre presente na nossa memória
Não te desejo um Bom Natal pq. já o fiz pessoalmente...
jinhos