quarta-feira, dezembro 07, 2005

JANELA DA VIDA













Foto retirada de
www.portugal.montranet.com





Para ver quanta fé perdida,
quanta miséria sem par
há nesta orbe atroz, ruim,
pus-me à janela da vida
e alonguei meu olhar
pelo vasto mundo sem fim.

Vi dar, aos ladrões, valor,
vi sentimentos perdidos
nas que passam por honradas,
vi cinismos vencedores,
muitos heróis esquecidos
e vaidades medalhadas.

Vi, no torpor mais imundo,
profundas crenças caindo
e maldições ascendendo.
Tudo vi, por este mundo,
Vi miseráveis subindo
homens honrados descendo.

... ... ...

Por isso, afirmo conciso
que, para na vida ter sorte,
não basta a fé decidida.
Para ser feliz é preciso
ser canalha até à morte
ou não pensar mais na vida.

Esta é outra letra de fado, da autoria de Carlos Conde, também proibida pela Censura, mas que, lá por isso, não deixava de ser cantada!
Incómoda para muita gente e tão actual que nem a dato...

1 comentário:

Anónimo disse...

Que belos poemas que a senhora conhece... e para quando um da sua autoria? Já li por aqui que também escreve
Um abraço