25. FEV.1938
Armando Neves escreveu, a Censura proibiu, mas Alfredo Marceneiro cantou sempre que "os" apanhava de costas... Maravilhoso!
Diz uma história galante,
se é verídica não sei,
que, em certo país distante,
a Viscondessa era a amante
mais preferida do Rei.
Ora, o Visconde, coitado,
oitenta anos fazia
e o Rei, como era engraçado,
pôs-se a pensar, como é dado,
na prenda que lhe daria.
E, então, o Rei decidido
e, à falta de bons conselhos,
por presente divertido
mandou ao pobre marido
um cestinho de chavelhos.
E o portador, diligente,
com tal oferta abalou
e o Visconde, reverente,
recebeu o real presente
e ao portador exclamou:
-Como grato estou, enfim,
e a oferta não me desgosta
espere um pouco por mim
que eu vou ali ao jardim
buscar a minha resposta!
Foi colher rosas, sozinho,
às roseiras mais formosas,
com elegância e carinho
encheu o mesmo cestinho
de formosíssimas rosas.
E ao Rei as remeteu
com um bilhete, também.
Grande lição ao Rei deu
pois no bilhete escreveu:
CADA UM DÁ O QUE TEM!....
3 comentários:
Já no tempo dos reis, o corno era sempre o último a saber :)
Olhe que não! Olhe que não!
Todos sentem, mas alguns há, como é o caso, que fingem não saber, ou por educação ou sabe-se lá porquê !...
Pois é, Alfredo Marceneiro quando vi a pide longe...pimba atirava sempre com uma axim! relembro uma reportagem k ele deu para a RTP , que tenho gravada em VHS, onde ele dizia quando falava em poemas, "Bem, á cousas que não se podem cantar por causa da cinsura" e quando na mesma reportagem declamou o lindo porma de Henrique Rego " O bailado das folhas" diza antes de o declamar com medo da PIDE , " É assim, eu vo declamar este poema mas tem um conceito redobrado e tal". Bem o Alfredo Marceneiro tinha destas coisas que fazem parte da sua forma castiça e bizarra de enfrentar a vida e a censura que em 1949(ou 1959 não tenho bem a certeza)lhe fez deixar com "raiva" o seu trabalho como marceneiro. Bem parabéns por o blog e por ter referido o nome de Alfredo Marceneiro pois para mim é um dos dois Reis do Fado
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