quinta-feira, setembro 22, 2005
PRESÍDIO
Venus - Villa Ephrussi de Rothschild
Nem todo o corpo é carne... Não, nem todo.
Que dizer do pescoço, às vezes mármore,
às vezes linho, lago, tronco de árvore,
nuvem, ou ave, ao tacto sempre pouco...?
E o ventre, inconsistente como o lodo?...
E o morno gradeamento dos teus braços?
Não, meu amor... Nem todo o corpo é carne:
é também água, terra, vento, fogo...
É sobretudo sombra à despedida;
onda de pedra em cada reencontro;
no parque da memória o fugidio
vulto da Primavera em pleno Outono...
Nem só de carne é feito este presídio,
pois no teu corpo existe o mundo todo!
David Mourão-Ferreira
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2 comentários:
A menina está ficando famosa-até o club da fans da Madonna, anda por aqui!!! (eh eh eh!!!)
Mais uma vez o David, o meu caro Poeta, que tive a honra de conhecer pessoalmente uma vez numa 'soirée' em casa de Amalia...
Profundo poema este, na linha do Anandono, que a nossa Rodrigues cantou...
Valeria Mendez
Lamento discordar profundamente da Valéria. este blog de grande qualidade foi apanhado por algum tipo de spam de sites americanos e outros com sugestões, neste caso de encontros (amorosos?).
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