Lisboa - Mouraria
Aos anos que eu não ouvia este fado, cantado por D. Hermano da Câmara, com letra do Conde de Sobral e música de Alfredo Duarte (Marcha do Marceneiro); já agora, para aqueles que se preocupam muito com a génese do fado, aqui vai a letra que reflecte a teoria daqueles que, como o autor do poema, entende que o "nosso" Fado só aqui pode ter nascido:
Eu não sei o que é o fado
este cantar magoado
que tanta coisa resume,
mas sei que tem a verdade
do amor ou da saudade
do desejo e do ciúme.
Eu não sei quem o cantou
quem o sentiu e dotou
do direito de criar,
mas sei que quando se canta
se atira pela garganta
a própria alma a vibrar.
Eu não sei onde nasceu
ninguém sabe, creio eu,
nem quero afirmar à toa,
mas por sua natureza
ele nasceu com certeza
no coração de Lisboa.
1 comentário:
Não sendo eu uma fadista na total acepção do termo (os meus espectaculos são um bocado pr'ó alternativo, até que, na minha sensibilidade, fado clássico para mim, é por exemplo o Gaivota do Oulman e do O'Neil, sabendo de antemão, que temas como esse, não são de todo melodias do Fado Tradicional, carregados de garra e tipicismo) seria bem capaz de aprender este belissimo fado que desconhecia, e cantá-lo na marcha do Alfredo.(ou noutro formato tradicional qualquer) Ora ,aqui está, o que eu entendo por 'simplicidade dificil', expressão que usei no meu ultimo post, cujo conteudo abraça a narração da forma habitual dos meus (poucos)espectaculos, para definir a escrita de Amália. Pois estes versos, reflectem a capacidade do seu autor- a simplicidade dificil.
Adorei. Vou copiá-lo. Vai é demorar mais tempo a decorá-lo (sou uma preguiçosa nata!Agora reparo, há quanto tempo é que não aprendo um fado "novo"? Nossa Senhora, faz tanto tempo...Que vergonha!)
Valeria Mendez
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