
Bertolina

O GATO
I
O gato nos atravessa
como se fossemos invisíveis
sua travessia é a peça
que falta para sabermos
que o corpo que tanto nos pesa
de não ser água potável
é o modo de desaparecermos
aos olhos do gato o implacável.
II
Da casa ele é o génio
que o telhado retém
e o ardor das paredes
impede que se extinga.
Recôndita pupila
o que não vemos
a ilumina.
III
Por nós abandonaste
a impulsiva selva
e do teu sono ofereces
a inconsútil relva
para que em teu abandono
achemos o amor
que em ti não procuramos.
Natália Correia
2 comentários:
Outra vez a saudade!
Não posso deixar de repetir o que aqui escrevi em Julho passado
Bertolina
la prima donna!
I miss her, I miss all of them:
savá the sick dog
jójó the quiet one
felito the beautifull
afonso the mad
filomena the beloved queen
tchau
Gatólatra
Linda a Bertolina e especiais as palavras da Natalia Correia, celebrando este ser unico que é o gato.
Costumo sempre cantar uma homenagem aos gatos, um poema de Ary dos Santos, que um dia, far-lhe-ei chegar, e que se calhar conhece bem, e começa assim
"Gosto do Gato,
do gato gosto,
é um animal irracional de fino gosto..."
Valeria Mendez
Enviar um comentário