Relembrando António Boto,
a propósito... ou a despropósito... ou mesmo de propósito....
Casar, mas, para quê se o casamento
Não significa o verdadeiro amor?
E se ele existe e seja como for,
Deixa de ser amor nesse momento.
Leva-se a vida, então, no sofrimento
De um conflito movido no torpor
Que amortece o respeito e esse pudor
Necessários a nós e ao sentimento.
Com restritas e raras excepções
O homem e a mulher andam no mundo
Ao sabor das mais doidas ambições.
E mutuamente, embora não pareça,
Desejam ambos libertar-se, a fundo,
Ou aguardam que a morte os favoreça.
(in Sonetos)
2 comentários:
Devias ter-me dado a conhecer este poema há mais tempo, não achas???
Admiro O Poeta.O tema é que não me diz nada; nunca fiz intençao de casar...
Valeria Mendez
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