domingo, maio 01, 2005

MÃE

Em homenagem a todas as Mães, este poema de Ary dos Santos

INFÂNCIA
Não minha mãe. Não era ali que estava.
Talvez noutra gaveta. Noutro quarto.
Talvez dentro de mim que me apertava
contra as paredes do teu sexo-parto.
A porta que entretanto atravessava
talhada no teu ventre de alabastro
abria-se fechava dilatava.
Agora sei: dali nunca mais parto.
Não minha mãe. Também não era a sala
nem nenhum dos retratos de família
nem a brisa que a vida já não tem.
Talvez a tua voz que ainda me fala...
... o meu berço enfeitado a buganvília...
Tenho tantas saudades, minha mãe !

1 comentário:

janus disse...

queria aqui fazer-te um desafio...
responde ao questionário e publica no teu blog

Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro querias ser?

Já alguma vez ficaste apanhadinho(a) por uma personagem de ficção?

Qual o último livro que compraste?

Que livro estás a ler?

Que livros (cinco) levarias para uma ilha deserta?

A quem vais passar este testemunho (três pessoas) e porquê?

E os vencedores são...