Uma lição
(Do repertório de Berta Cardoso)
O meu marido dizia
Que adorava a igualdade;
Mas fiz-lhe ver certo dia
Que não falava verdade!...
Levava noites a fio
Que em casa fazia ausência,
Andava feito vadio
E eu cheia de impaciência.
Um certo dia saí
Pr'a visitar minha mãe;
Fez-se tarde e resolvi
Não ir a casa também!
Nessa noite, o meu marido,
Recolheu cedo à poisada,
E ficou surpreendido
Por não me encontrar deitada!...
Quando a casa recolhi
Já brilhava o sol doirado
E só Deus sabe o que ouvi
Da boca do meu amado!
Com razão em quantidade
Eu retorqui-lhe: é demais!...
Se tu és p'la igualdade,
Temos direitos iguais!
Desde então com certo int'resse
O meu marido que me ama,
Assim que a lua aparece
Já está metido na cama.
Então, ó senhores intelectuais de meia tigela, o fado era... o quê ? Foi só com Amália que o fado... o quê ?
Deixem-se de merdas, meus queridos! E estudem, estudem muito e não se esqueçam de ser sérios...
2 comentários:
Tás sempre a bater na mesma tecla, ainda não percebi porquê??? Um dia destes tens de me explicar. Qual é o filme que eu não vi?
Oh Meu amigo, mas quem disse que foi com Amalia que o fado se tornou Fado?
Antes de Amália, a Severa com o seu romance com o Conde de Vimioso, fez o Fado ser objecto da curiosidade daqueles que não frequentavam os Bairros, depois vieram nomes como Ercilia Costa, a primeira fadista a cantar além fronteiras, e paralelamente Berta Cardoso, Joaquim Campos, Marceneiro,Armandinho etc definiam o Fado Tradicional, estilizando-o e "formatando" o Fado como estilo musical...Depois apareceu a Herminia que o levou para o Teatro e o Cinema, e cantou um Fado diferente, o fado musicado, aquele composto de proposito para uma determinada letra...E só depois chegou a Amália, dando ao Fado uma dimensão planetária. Com Amália assiste-se à utilização do Fado para divulgar a grande Poesia, a da Literatura, assim como a um "desenvolver" de linguagens musicais alternativas, tyrazendo para a guitarra portuguesa e para o Fado, uma linha mais elaborada, com as melofdias do Valerio do Oulman, etc. A Amália é sim, responsável, pelo estado do Fado, enquanto estilo hoje em dia: Contribuiu para uma definição mais abrangente. Há 60 anos era um sacrilegio cantar Regio ou Camões num Fado, hoje é um "must". E pelo meio existiram outros nomes extremamete importantes que contribuiram para a tal "formatação" do Fado como Ferando Mauricio, a Noronha,etc,etc..
Portanto, como vê, ninguém afirmou que foi a Amália que "inventou" o Fado.
E qaunto à exoressão "bruxa do Fado", essa é uma expressão minha e não do foro geral.Chamei-a Bruxa, pelo encantamento que provocava nos seus admiradores...Foi uma crítica, neste caso posiitiva, e não com conotações negativas. como vejo que o meu amigo interpretou...
E atenção: Não sou uma expert em fado. Fou uma fadista(madeirense ainda por cima) que não sabe muito de Fado, apenas escreve o que pensa, e descreve o Fado com os seus proprios olhos. Admito que outros o vejam de forma diferente. Mas a verdade é que essa, é a minha forma de ver o Fado. Certa ou errada, a mim não me interesa.Escrevo apenas o que eu sinto...e eu nunca afirmei no meu blog, ou noutros sites em que colaboro, que as minhas crónicas eram de carácter cientifico; são crónicas pessoais e que reflectem APENAS a mina maneira de olhar o Fado. Nada mais...
Esperando que continuemos a "visitar-nos" frequentemente e a trocarmos ideias (é isso o mais interessante!!!), queira aceitar os meus cumprimentos...e um abraço.
Valéria Mendez, do blog
www.fadista-valeria-mendez.weblog.com.pt
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