sexta-feira, janeiro 22, 2016

A "Miúda do Alto Pina"




D.L.


"Fernanda Maria, voz nostálgica, impregnada de sentimento, de saudade, de tragédia e nostalgia, nasceu em Lisboa em 1937 começando desde muito nova a sua vocação como fadista. Com apenas 12 anos de idade gravou o seu primeiro disco e a sua estreia como fadista profissional ocorreu no “Parreirinha de Alfama”. A sua voz virtuosa chamou a atenção de todos e conquistou assim o seu lugar no mundo do fado, passando desde então a ser uma referência obrigatória.
Chegou a ser conhecida como “A Miúda do Alto do Pina” talvez porque a sua carreira se iniciou nas mesmas alturas de Tristão da Silva.... (daqui)

Ora aqui está uma informação inexacta, creio eu, que se foi replicando de blogue em blogue e chegou ao mundo dos discos...

Dos muitos documentos que tenho consultado, nunca encontrei a Fernanda Maria referenciada como a "Miúda do Alto do Pina". A Mariana Silva, sim, como consta dos recortes publicitários acima, ambos de 1947 teria, então, a fadista uns quase 14 aninhos e estreava-se a cantar no "tal Monumental" (o da Carvalho Araújo), ao lado de grandes figuras da época; e, claro, como morava no Alto do Pina, era conhecida como a "Miúda do Alto do Pina". Parece ter sido um costume da época,  esse de indexar os fadistas aos bairros onde viviam ou tinham nascido. Como repararão, estreava-se, com a juvenil fadista, Mário França (sobrinho do veterano Frutuoso França), jovem que, por aquele mesmo motivo, era conhecido como o "Miúdo de Arroios". De igual modo, o Tristão da Silva era conhecido como o "Miúdo do Alto do Pina"...
Agora, a Fernanda Maria???...  gostava que me explicassem e, já agora, documentassem, sim ?

sexta-feira, dezembro 25, 2015

"CANÇÃO DO NATAL" - Maria Pereira



Com votos de Boas Festas, relembro hoje Maria Pereira, interpretando esta "Canção do Natal", de J. Bragança e A. Melo, que também dirige a orquestra e o coro.

sexta-feira, novembro 27, 2015

BEATRIZ DA CONCEIÇÃO - "Eu sou o Fado"

VÍDEO DE HOMENAGEM



Lopes Victor escreveu, Carvalhinho musicou e Beatriz da Conceição, a imortal Bia, interpretou assim- fadistissimamente!...
Obrigada.

Até sempre ...

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terça-feira, outubro 06, 2015

CANÇÃO PARA AMÁLIA

Não é um fado, mas é uma homenagem, uma Canção para Amália, "eterna embaixatriz do canto em Portugal", do
Roberto Leal

terça-feira, junho 02, 2015

domingo, maio 17, 2015

O Fado é oração

D.L.

"...Pois o Fado é uma reza / que cantado nos dá calma / sendo a canção portuguesa / que mais fala à nossa alma..." (daqui)

sábado, maio 09, 2015

segunda-feira, abril 27, 2015

O Fado presta!

BERTA CARDOSO - "A Loucura dos Fadistas"

Foi com este verbete que, faz hoje dez anos, iniciei este blogue, num tempo em que muito pouco havia ainda na net acerca de Fado. Muitos outros blogues e sites foram depois aparecendo, podendo dizer-se que, hoje, se eu fechar portas, fica o assunto muito bem entregue e eu muito descansada porque não é lá por isso que se irá deixar de tratar de Fado por estes sítios. Mas também, diga-se de passagem, não penso encerrar tão cedo...:)
Poderia assinalar a data com mais "um vídeo daqueles", mas, pensando melhor, vou brindar com um excerto  de um texto a propósito, de António Botto, in "Cartas que me foram devolvidas"

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"Não digas que o fado não presta. O fado, por mais voltas que lhe dêem, é um lamento do amor, uma nota de saudade no fundo musical de um povo de mareantes e contemplativos, uma doce cantilena sem complicações de fusas na simplicidade baça de uma vida sem destino. O fado nunca faz mal. É um cansaço de sons na lira do infortúnio. Afastá-lo dos que o metem nas versalhadas de pé coxo com ideias de serradura, isso é que era necessário. E seleccionar as gargantas; raspar-lhes a desafinação, o pigarro, e ajustar o tom e as palavras no compasso do equilíbrio, da harmonia, e da beleza. Reprovar o que não presta. Deixá-lo ser verdadeiro, ungido naquela graça que é feita de uma tristeza que nasce do coração, e não lhe dar tremidinhos histéricos de baiana nem lhe meter histórias de comadres desavindas ou patrióticos disparates de bobos sem rei nem roque. Servem-se dele, do triste, para todos os salsifrés, e o pobre geme e suspira mascarado de vadio. Deixem-no andar isolado à mercê da inquietação que nasce da própria vida sem comando e sem contrôle porque o fado já não pode com tanta literatice. Rasguem e queimem essas cantiguinhas tolas que ele acompanha contrafeito. Debrucem-se, os poetas, na chaga social dos factos que entristecem a existência da hora actual tão profunda na tragédia e tão alta no anseio!..."

Assim falava António Botto, esse enorme poeta que também cantou o Fado

D.L.1925


Dom.Ilust.1925