Um mote de Júlio Dantas, glosado por Frederico de Brito.
Ai! O amor das do Fado!...
Não há nenhum como o delas:
baixo, que arrasta no chão,
alto, que chega às estrelas!
*
Amor que, às vezes, nos prende
numa prece ou numa praga;
e, afinal, nunca se vende!
Ou se entrega,... ou não se rende,
p'ra se dar, às furtadelas:
Um motivo p'ra novelas,
Um romance que dá brado!
Ai! O amor das do Fado,
não há nenhum como o delas!
*
Esse amor que é riso e pranto
e que tem de património,
ora a capa do demónio,
ora a túnica dum santo,
tanto pode ser encanto,
como barro das vielas;
tanto é gelo a arrefecê-lo,
como é lava de vulcão:
baixo, que arrasta no chão,
alto, que chega às estrelas!
Sem comentários:
Enviar um comentário