quinta-feira, julho 13, 2006

"Aúúúú...aúúúú fresquinha!"















ou "Há água fresquinha!", o pregão que, até finais do séc. XIX, qualquer cidadão acalorado e sequioso esperava ouvir para se dessedentar ou refrescar. Nesse tempo, o acesso à água não dependia de um gesto tão fácil- e hoje tão banal - de accionamento de um mecanismo de onde a água brota como de uma fonte... Nesse tempo, havia uma profissão, a que se dedicavam particularmente os galegos, a de AGUADEIRO. Profissão que obrigava a inscrição na Câmara e obtenção de autorização respectiva, bem como a uso de identificação- deviam trazer ao peito um emblema da cidade (como se observa na imagem). Para além de venderem porta a porta, ou a quem passava, o precioso líquido de que se abasteciam nos chafarizes de Lisboa e que transportavam em barris, os aguadeiros tinham ainda um papel fundamental no combate aos incêndios na Cidade, devendo diariamente, quando regressavam a casa, levar um barril completamente cheio de água, não fosse dar-se o caso de deflagrar algum incêndio a que tivessem de acudir.
Vem hoje, esta conversa dos aguadeiros, a propósito, não só porque está um calor qu'até assa canas ao sol, mas também porque me preocupa o facto de qualquer dia, o maravilhoso líquido escassear... Isso é que seria mesmo mau! Está visto que só valorizamos o que nos falta e, por isso, antes que falte, o que seria irremediável, acho que deveríamos encenar "O Verão da Falta de Água em Lisboa", 3 meses durante os quais a Grande Cidade seria abastecida por um pelotão de aguadeiros e ..., das torneiras, nem pinga!

Sinceramente, não há calor que aguente !...
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