Houve um tempo em que havia Censura: lápis azul / lápis encarnado (ou vermelho, se quiserem). Os textos eram proibidos por motivos vários, maioritariamente por razões morais, sociais e políticas; o objectivo era controlar.
Os que avaliavam os textos estavam longe de pertencer à plêiade dos intelectuais, mas tinham o poder discricionário de "cortar" o que entendiam. Os que escreviam tinham que arranjar maneira de dizer o que queriam de forma dissimulada, para evitar os "cortes" da censura. Alguns textos, cuja matéria ideológica perigosa nem se adivinha, acabavam por ser rejeitados e outros, notadamente subversivos, passavam o crivo da Censura.
Os tempos mudaram e, desde que vivemos em Democracia, escreve-se tudo àcerca de tudo e todos, parece não haver assuntos tabu e dizem muitos que "felizmente, agora já não há Censura !"
Será verdade ou será que não a reconhecemos ? Há quem diga que a Senhora Censura se dissimulou, que tem novas roupagens e que é até muito mais eficaz - não só tem ao seu serviço censores muito mais capazes o obedientes, como também, ao fingir-se morta, consegue, sob outro nome, atingir o seu objectivo sem que ninguém a incomode - CONTROLAR.
Dois exemplos de estratégias de controlo:
Do tempo do carimbo PROIBIDA, uma letra do J.Linhares Barbosa para o repertório de Berta Cardoso. Afora uma certa brejeirice, que "mal" teria esta letra ?
Do tempo da informação sem censura, um dos melhores exemplos passa por ligar a televisão, ouvir, ver e depois pensar (este passo é fundamental). Para se preparar melhor, pode, previamente, consultar a página http://perso.wanadoo.fr/metasystems/JTContents.html.
Com um domingo destes, não me diga que não é uma boa "dica"...
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