terça-feira, setembro 26, 2006
FADO CRAVO
Um poema de Azinhal Abelho (1916 - 1979), alentejano de Orada -Borba,
personalidade da cultura portuguesa que publicou, entre outros, o livro de
poemas "Os Anjos Cantam o Fado".
http://viriatos.blogspot.com
O Sexo dos Anjos, o blogue de Manuel Azinhal
Em fala amena e discreta
Pediram a um poeta
Para definir a saudade...
Estavam à beira do Tejo,
Reflectia-se no rio
A luz fraca da cidade.
Aqueles três companheiros
Ficaram silenciosos
À espera duma resposta.
Disse o poeta, escrevendo:
Saudade - é amar sofrendo
O que findou e se gosta.
A noite parte-se em duas;
Ouvem-se os ecos tranquilos
Das águas em movimento;
E até das ruas desertas
Chega o mistério do silêncio
Terrível desse momento.
Ninguém mais disse uma fala
O guitarrista do grupo
Deu a resposta a tocar.
Caminharam altas horas
A sós, para que ninguém visse,
Que é feio um homem chorar.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário