domingo, agosto 13, 2006

HERMÍNIA SILVA (1907 - 1993)




















Hermínia Silva foi, sem dúvida, "uma das maiores vedetas do fado".
Terá sido em 1926 que, pela primeira vez, se apresenta publicamente, no Teatro Gil Vicente; seguidamente, durante dois anos, é contratada para cantar fados, no cinema "Malacaio", no final da exibição dos filmes. Nos dois anos seguintes, canta no "Valente das Farturas", no Parque Mayer; em 1929 participa na opereta "Ouro sobre Azul", mas é em 1932 que, contratada por António Macedo, dá «os primeiros passos a sério» no teatro, actuando em fim de festa, na opereta "Fonte Santa", cantando fados. Participou em imensas revistas e algumas operetas, registando-se a sua última actuação em 1976, na revista "Cada Cor, seu Paladar". Participa também em vários filmes, nomeadamente "O Costa do Castelo", contracenando com António Silva e Maria Matos, entre outros.
O seu nome andará sempre ligado ao Teatro de Revista e ao seu estilo único de cantadeira humorística.
Nova Tendinha, de Carlos Lopes-Aníbal Nazaré e Carlos Dias, Fado Mal Falado, de Paulo Menano-Fernando Santos-Almeida Amaral e Fernando Ávila, Fado da Sina, de Amadeu do Vale - Jaime Mendes, Marinheiro Americano, de A. do Vale - A. Marceneiro, são alguns dos seus muitos fados de grande sucesso.
No 45RPM, da etiqueta DECCA, cuja capa acima se reproduz, encontram-se editados 4 outros grandes êxitos: Vou dar de beber à alegria, de Dr. Alberto Janes e Eduardo Damas, Touro de Vila Franca, Favas contadas e Anda o fado a brincar comigo, todos do Dr. Alberto Janes.
Em 13 de Maio de 1958 é inaugurado o "Solar da Hermínia", no Largo da Misericórdia, ao Bairro Alto, e pouco tempo depois passa também a explorar o Restaurante "Pôr-do-Sol", em Benavente, com espectáculos de fado aos sábados à noite e domingos à tarde. Hermínia reparte a sua actividade entre um e outro espaço, sendo certo que, quem lá ia, era para ouvir a Hermínia, embora tivesse sempre elencos de luxo.
Vitor Duarte Marceneiro publica, em 2004, "Recordar Hermínia Silva", um livro onde «reune tudo o que sobre ela conseguiu recolher, com o intuito de fazer história sobre essa mulher, que era povo, foi amada e ovacionada, mas manteve-se sempre simples e despretensiosa.»

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