Um poema de Armando Neves, do repertório de Berta Cardoso, a celebrar o Dia da Mãe com "as três palavras mais belas que a nossa língua contém... Amor Saudade e Mãe"
autor de uma das mais notáveis letras de fado - Cruz de Guerra - poema com que obteve o 1º Prémio de Poesia (1935) e que foi expressamente escrito para a grande figura do Fado de então - Berta Cardoso -, poema cuja tónica recai igualmente nessas "três palavras mais lindas" da nossa Língua ... Mãe, (que é) Amor e (que é já ) Saudade... (e também) Dor
Vicência Lima, que já aqui lembrei e também neste verbete, era uma genuína cantadeira, muito apreciada por quem, como eu, gosta do "Fado Fado"...
Há já alguns anos que se encontrava retirada das casas de fado, mas haverá, por certo, quem ainda se lembre dela. Partiu hoje e, a lembrá-la, aqui fica mais um registo (dos poucos que deixou) de uma das suas interpretações com um sabor todo castiço.
Quem te viu e quem te vê.
Andas agora à mercê
Dum falseado renovo
Mal empregado
O tempo que tu perdeste
A fazer como fizeste
Vibrar a alma dum povo"
Uma letra de Jorge Rosa (caricaturista, pintor e um dos grandes poetas de fado),música de João Alberto (guitarrista, compositor e letrista), na voz da veterana e consagrada fadista Mariana Silva.
(A "outra portuguesa", a que se refere Lourenço Rodrigues, "que trouxe a canção para Lisboa" e que a deu a conhecer, cantando-a "num «cabaret» já desaparecido" é, como se sabe, Maria da Conceição, igualmente criadora da Mãe Preta - o Barco Negro de Amália e de D. Mourão-Ferreira -, fadista que teve, em Alfama, uma casa de Fados, precisamente o Cantinho da Mãe Preta...)