É este o título do livro em que o investigador José Alberto Sardinha defende a tese da impoluta origem portuguesa do fado, livro brilhantemente apresentado pelo autor, no Teatro da Trindade no passado dia 17, e que constitui, por certo, valioso contributo para a Cultura Portuguesa, particularmente para a História do Fado, podendo mesmo confabular-se que
O fado tem uma nova história .
Esta tese, da Lusitanidade do Fado, já houvera sido defendida por outros, no passado, como de resto foi referido pelo próprio J.A.Sardinha, permitindo-me eu salientar, de entre alguns, os nomes de
Mario Saa, ilustre escritor, e o da notável filóloga
Carolina Michaëlis de Vasconcelos, que só não terá "aprofundado"/ defendido convenientemente essa posição em razão de então ser o Fado, considerado pela Academia, um género menor, quer no que respeita à música, quer à poesia e, assim, não ser objecto digno de investigação aturada e consequente defesa de ponto de vista; lembremos que os poetas populares, que de tal se trata, mesmo já posteriormente, meados do séc XX, não tinham ainda lugar nas Selectas Literárias, nem mereciam a atenção dos doutos académicos... que, porém, os liam e, quiçá, admiravam...
Embora, para o entendimento e fruição do fado, não me pareça crucial apurar-se a verdade da verdadeira origem do fado, se é que isso seja possivelmente possível, parece-me, no entanto, de certo modo impossível que não tenha havido certas contaminações ou cruzamentos, que sempre tão aficionados nos temos deles mostrado ao longo dos séculos, e porque não neste caso?, ideia que Mascarenhas Barreto, na sua obra "Fado: Origens Líricas e Motivação Poética" bem defende e que
aqui bem se analisa.
E mais não digo. O resto fica para dizer no livro que haverei de publicar quando tiver tempo para escrever, o que só irá acontecer quando já tiver ouvido todos os fados que ainda não encontrei... Por ora, resta-me concluir que, a crer no que advoga o Exmº causídico em causa, que daqui felicito, cumprimento e agradeço pela obra em epígrafe, sempre motivo haveria para se chamar ao Fado a Canção Nacional!...
Bons Fados!