quarta-feira, abril 29, 2009

ALICE MARIA - "Velhinho Parque Mayer"


PARQUE MAYER!
A Catedral do Teatro de Revista, produto genuinamente português, cód.b. 560!...
Um produto em vias de extinção que alguns bravos resistentes, teimosamente, não deixam morrer... Bravo! Hélder Costa, Bravo! Marina Mota, Bravo! toda a equipa que mantém vivo o MARIA VITÓRIA.


VÁ À REVISTA!... VÁ AO TEATRO!... VÁ AO MARIA VITÓRIA!... VÁ AO PARQUE MAYER!...
E veja este vídeo
Vídeo de Homenagem
e ouça bem a letra deste fado interpretado por Alice Maria, cuja autoria se deve a Carlos Rocha e Paulino Gomes Jr. e que começa assim:
"Parque Mayer, meu amigo / Lisboa anda alvoroçada / Pois querem correr contigo / Donde ri à gargalhada..."

sábado, abril 25, 2009

PAULO BRAGANÇA - "Na ribeira deste rio"



Pode gostar-se ou não de Paulo Bragança, mas não se pode ignorá-lo!...
É belíssimo o CD que inclui este tema denominado "Na ribeira deste rio", da autoria de F. Pessoa e de M. Pacheco. Paulo Bragança é autor de grande parte das letras deste album de 1996, " O Mistério do Fado", que "celebra a maturidade da voz de Paulo Bragança", que dedica este seu trabalho a seu avô Manuel Afonso "com muito amor" e "a todos os Peregrinos que como ele cumprem em si mesmos Portugal".
algumas notas biográficas sobre este jovem que "escandalizou" os que não fecham os olhos para ouvir o fado... e que eu tanto gostaria de ouvir de novo, numa casa de fados, ao vivo e a cores!
Natural de Luanda, onde nasceu em 1968, vem para Bragança em 1978 e, 8 anos mais tarde, muda-se para Lisboa, onde ingressa na Faculdade de Direito...
É a diferença a sua marca por excelência que o impõe e lhe traça um percurso fulgurante, essa mesma diferença que ditará a sua "perdição"...
Para o Paulo Bragança, com um beijinho, este meu
VÍDEO DE HOMENAGEM

quinta-feira, abril 23, 2009

FADO MARIALVA




















Foi um evento muito agradável, e que encheu por completo o Auditório do Museu do Fado, o que ontem ali teve lugar para apresentação do livro FADO MARIALVA, da autoria do advogado, historiador, escritor, poeta e investigador António Manuel de Moraes (Dr.), prefaciado por Vicente da Câmara (Dom).


O livro, acerca do Fado e da Festa Brava, reflecte um sério trabalho de investigação nesses dois Universos e é, por certo, um dos mais completos, senão mesmo o mais acabado documento acerca da convivência dessas duas artes tão lusitanas, que fazem parte da mais genuína Cultura Portuguesa.
De facto, a palavra marialva contém, para além do seu mais pertinente significado de fidalgo, conquistador de mulheres, um outro mais oculto, mas sempre presente, o de que esse fidalgo leva uma vida marginal, convivendo com toureiros e fadistas.

E assim é que, duma ilícita união dum fidalgo marialva com a Severa, dessa insustentável paixão, porque socialmente reprovável, nasceu "o fado triste da Mouraria", como aventa Linhares Barbosa (que no Fado ficará conhecido como Príncipe dos Poetas), no conhecido e emblemático Tia Macheta, que todos conhecem na interpretação magistral de Berta Cardoso.

O nome marialva, tão exclusivo à lusitana Língua como o é também a palavra Fado e o vocábulo saudade, fica a dever-se, por certo, ao Marquês de Marialva; se bem que não seja esse o fidalgo pelo qual indaga a Severa à alcoveta Tia Macheta...

O marialva é um produto português! desgraçadamente em extinção, como as próprias sociedades rurais...

O gosto pelas coisas da terra, pelo cavalo e pelo touro, caracterizaram, de algum modo, parte da nobreza rural que "às portas" de Lisboa vivia e na cidade, onde buscava divertimento, plasmava esse seu estar, de homem civilizado mas simultaneamente selvagem, tão bravio como a própria Natureza a que pertencia... era ele o homem de uma força telúrica, admirado pelas frágeis donzelas e cortesãs urbanas que estimavam essa lusitanidade e esse porte altivo que copiara das giestas...

O marialva, esse produto 100% nacional que fez escola - o Marialvismo, mas que não se internacionalizou, terá, como seu congénere estrangeiro, o playboy, este de características bem urbanas, que, em vez do cavalo, se desloca a centenas de cavalos, que em vez de casa no campo tem apartamento numa qualquer das mais badaladas estâncias de veraneio, que não se dá com fadistas, antes com pop-stars e que toureiros nem vê-los, toiro é animal que não gosta de encontrar, nem na tela... de resto, animais só em louça ou então os da mesma espécie...
Do cruzamento de ambos, temos notícia do surgimento de uns novos espécimens - os marialvas playboys, de que iria falar seguidamente, mas que, a conselho avisado da minha gata, a Fifi, me escuso agora de escrever, até porque como muito bem disse a gata "nem vem a propósito... estás-te a passar! ... Esse programa é logo à noite na Sic. Fala é do livro para ver se acabas com o assunto, que não tens falado noutra coisa!..."
Gata manda, humano obedece!
Concluindo, então,

O Fado Marialva é, já pelo assunto, já pela qualidade, um livro indispensável na biblioteca de qualquer português ou de qualquer um com alma lusitana!

Parabéns por esta inestimável Obra!

domingo, abril 19, 2009

ELSA LABOREIRO - "Lisboa à meia noite"


















Porque hoje é dia do seu aniversário... Parabéns!
Fadista residente do Luso, hoje podemos também ouvi-la aqui a interpretar "Lisboa à meia noite", um fado da autoria de Artur Ribeiro e de António Mestre.
Beijinho!
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sexta-feira, abril 17, 2009

O Fado no S. Carlos - II










Anunciada Gala do Fado a transmitir pela RTP1, Internacional e África.

Para o Fado, abro excepção e aí estou eu, frente ao televisor, tentando confirmar aquela primeira impressão de que a Gala decorre no S. Carlos... sim, é o Teatro Nacional de S. Carlos! Boas!, disse cá pr'a mim e pr'á Fifi, a minha gata que, como eu, adora Fado... ora nem de propósito o meu post do passado dia 10, acerca da representação da peça "O Fado" no S. Carlos, em 1915!

Pelo que as câmaras mostraram, pareceu-me que a assistência se comporia exclusivamente por convidados e que muitos, ou não teriam recebido os convites, ou teriam ido a outros espectáculos, ou então são dos tais que, nem no S. Carlos, não ouvem Fado!... que pena que a sala estivesse tão vazia!

Quanto aos fadistas, de que não se disse qual o critério de escolha, a abrir tivémos a Ana Moura, que quase não reconheci naquele seu novo visual, mas que continua a ser, para mim, a mais tradicional e autêntica das fadistas da sua geração; a fechar, o "tio" João Braga, que esteve muito bem, como só ele sabe, digam o que disserem, a brindar o poeta Alegre com duas letras de sua autoria... o que, nem por isso, lhe transformou o semblante pesado que em nada fazia jus ao apelido que carrega... "a vida costa!..."; a Carminho, acompanhada ao piano... perguntava-me a Fifi "mas porquê?" "-sei lá, respondia eu, deixa ouvir, que mesmo assim vale sempre a pena...", mas de facto a Fifi estava cheia de razão e até duvidou que eu a tivesse quando lhe atirei com uma outra possível explicação "-quem sabe se não estará aqui a representar o "fado fino", o que se cantava em salões, acompanhado ao piano..."; O Gonçalo Salgueiro, tão lindo, meu Deus, a voz, então, uma voz singular, linda também... que pena só cantar coisas da Amália, ou quase... merecia repertório próprio, nem deve ter dificuldade em arranjar quem lho escreva...; Jesus!, a Kátia, com Kapa, porque é que não continua a cantar como dantes, com as mãos e os braços presos atrás das costas?... era preferível, a sério, era a diferença; assim com toda essa gestualidade tão exuberante e, por vezes, "complicada"... melhor só ouvir, muito bem!

Prontos! Passou rápido demais. Deverei confessar, em abono da verdade, que esperava mais, uma gala"em bom", em grande, sei lá!, demais no S. Carlos!
Por isso,

Não saí do lugar, embora a Fifi estivesse impaciente para ir deitar-se, porque a seguir teríamos "Mariza and the story of fado" e eu sempre queria ver do que se tratava. Deveria ter acedido ao bom senso da gata... que bem sabe que a curiosidade se não dá muito bem com a sua espécie (e nem com a minha, direi).

Não terá sido, contudo, tempo perdido; devo admitir que fiquei encantada, por ex., com a prestação do Nery, que mostrou ser tão exímio a falar inglês, quanto o pai a tocar guitarra; a Mariza também se safa muito bem nesse idioma, sim senhor! agora, propriamente no que respeita à história do fado... é que me pareceu que nem mesmo a Salwa tivesse salvo a situação...
Já que, por causa deste documentário, se não venha a "descobrir" daqui a cem anos que o Fado, afinal, teve origem em Moçambique e que foi trazido p'rá Mouraria por um casal que, vindo de lá, ali se estabeleceu e tal e treta... já não será mau, valha-nos Deus!.... O fado já tem tantas hipotéticas origens... só faltaria essa!...
De relevar as belas imagens que este documentário, com selo da BBC, oferece.
Quanto ao resto, talvez eu não tenha percebido bem a história do fado, que os especialistas entenderam contar, não só porque domino mal o idioma de Shakespeare, mas também porque tinha que estar constantemente a ler as legendas à Fifi, o que, quer se queira quer não, desconcentra.
Dormi foi muito melhor com aquela certeza que o fado tinha vindo do Brasil!... Obrigada, senhores investigadores! Agora, sim, já se fica a perceber até muito melhor a história das novelas e assim... É confortável ganharmos certezas, tanto mais dada a dificuldade de as obter.
A vós, muito agradecida!

quinta-feira, abril 16, 2009

VOZ DE OIRO
















A "Voz de Oiro" do Fado - assim foi apelidada e assim ficará conhecida na História do Fado, a genial Berta Cardoso - não apenas em Lisboa, mas também no Porto, em todo o Continente e nas Ilhas, também no Brasil, em Espanha... e em África (1933).
Sobre esta importante figura do Fado, saiba mais aqui - http://www.bertacardoso.com/
Mariza, provavelmente a mais conhecida voz do Fado da actualidade, fez-se ouvir em Nashville, reconhecida "pátria" do country.
Haverá realmente interesse pelo Fado, em Nashville, nos Estados Unidos?, pergunta-se
Neste artigo http://www.anosaterra.org/nova/mariza-e-o-fado-na-music-city-.html, a resposta de Anton García-Fernández
o vídeo do fado premonitório - "Canção de Lisboa" ou "Fado Chic", uma letra de Luiz da Silva Gouveia, interpretada por Fernando Farinha na música do "Fado do estudante" .

sábado, abril 11, 2009

"DIA DE PÁSCOA" - Frutuoso França



















Desejando a todos uma Santa Páscoa, aqui fica mais este fado, a que já me referi em post anterior, aí se encontrando transcrita a letra



A interpretação é de Frutuoso França e a autoria, quer da letra, quer da música é do D.P.
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sexta-feira, abril 10, 2009

"O Fado" no S. Carlos




















Isso mesmo! "O Fado" no Teatro S. Carlos, em 1915

in Ilustração Portuguesa, Mar. 1915

sábado, abril 04, 2009

ALFREDO MARCENEIRO e MARIANA SILVA - "Amor campestre"



Escolhi este fado para, finalmente, exemplificar uma desgarrada. Cantar à desgarrada, significa cantar ao desafio, o que pode acontecer entre duas ou mais pessoas, sendo a letra, geralmente, improvisada e cantada, ou no Mouraria, ou no Corrido. Neste caso, a desgarrada é entre Mariana Silva e Alfredo Marceneiro, que é também autor da música e, embora o fado tenha sido gravado ao vivo, a letra não foi de improviso, é do consagrado poeta Henrique Rego.

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