Todo o vinho que se bebe
com conta, peso e medida
É sangue que se recebe
Para prolongar a vida
O vinho é sangue e é Fado
e por isso não faz mal
É o sol engarrafado
A bendizer Portugal.
E também as palavras de Miguel Torga:
"Nas margens de um rio de oiro, crucificado entre o calor do céu que de cima o bebe e a sede do leito que de baixo o seca, erguem-se os muros do milagre. Em íngremes sucalcos, varandins que nenhum palácio aveza, crescem as cepas como manjericos às janelas. No Setembro, os homens deixam as eiras da Terra Fria e descem, em rogas, a escadaria do lagar de xisto. Cantam, dançam, e trabalham. Depois sobem. E daí a pouco há sol engarrafado a beber os quatro cantos do mundo..."
(in Portugal, 1950)
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