(In "O Fado e as Toiradas em Portugal", de A. Martins Rodrigues, 1969)
Partiu o fadista da "Nova Vaga" que há muito se retirara dos palcos e "tablados" por razões que algum dia a História contará... O cantador que alguns (como o consagrado Filipe Pinto) consideraram não ser um "fadista castiço", mas que outros fadistólogos (caso do poeta Lopes Victor e do locutor Rui Castelar) assim julgaram com toda a propriedade. António Mourão, gostasse-se ou não do género, tinha aquela voz que o Fado requer e o Menor exige, aquela voz inconfundível que apaixonou legiões de admiradores e levou, na altura, muitos jovens para o Fado. Essa é a Voz que já aqui lembrei, a Voz em que vibraram a poesia e a música de grandes autores e compositores, a herança e a lembrança deste Fadista autêntico que hoje recordo nesta interpretação de "Eu tenho pena de mim", um poema de Mário de Sá Carneiro com música de Fontes Rocha