Homem que vens de humanas desventuras,
Que te prendes à vida, te enamoras,
Que tudo sabes mas que tudo ignoras,
Vencido herói de todas as loucuras.
Que te ajoelhas pálido nas horas
Das tuas infinitas amarguras
E na ambição das causas mais impuras
És grande simplesmente quando choras.
Que prometes cumprir para esquecer,
E trocando a virtude no pecado
Ficas brutal se ele não der prazer.
Arquitecto do crime e da ilusão,
Ridículo palhaço articulado,
Eu sou teu companheiro, teu irmão.
António Boto
2 comentários:
Somos um país de poetas... vá lá que alguma coisa se aproveita. Acerca de António Boto, mais conhecido por aquele poema que tu sabes, gostava de conhecer mais e melhores, como este exemplo
Confesso que ando arredia,ultimamente da poesia.
Rimou? Mas soube bem reler António Boto.
Tks. por te lembrares deste poeta tão mal amado.
Continua.
Julia
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