sábado, janeiro 22, 2011

O "Fado do Ganga" II

I.P.

Repararão que as coplas então cantadas diferem um pouco das conhecidas e que aqui lembro, na interpretação de Carlos Ramos. Um fado c'uma ganda mensagem, é o que é! De facto, esta coisa d'intiqueta, já não dá nem p'ró pitrol... na verdade, surte muito mais efeito deixar-se a gente de tretas, vai sopapos e galhetas e acaba-se logo ali o manipólio... Por isso, eu digo também ao meu amigo qu'este assistema é inficaz e, sendo-o, para quê utilizar outro?! É preparar p'ra la pregar, C'a mão no ar e o pé atrás... Zás!


(Vá!, aproveitem lá mais esta p'rós livrinhos e digam depois que foi dica dum amigo tal e tretta, muito conhecedor de fado... Pás!)

quinta-feira, janeiro 20, 2011

O fado do Castanheira

I.P.

Vão lá saber quem era o Castanheira de Moura do "fado do Castanheira"!...

Já não há quem faça letras assim, mas a verdade é que também já não há destas personagens (ou personalidades, como queiram) que valham um fado...

sábado, janeiro 15, 2011

Uma história banal...


I.P.

Nesta crónica, datada do princípio do século passado, Acácio de Paiva chama a atenção para essa ocorrência banal de acabarem na miséria alguns dos nossos mais conceituados artistas que, ao envelhecerem, caem no desemprego e vão sendo preteridos, esquecidos até acabarem na mais aviltante penúria...
Claro que não é situação que se verifique presentemente, nesta sociedade democrática e republicana, nesta sociedade de gente livre e europeia, neste país de cidadãos do mundo... claro que não!... Mas há tantos esquecidos que é bom não esquecer :-)

terça-feira, janeiro 11, 2011

sábado, janeiro 08, 2011

O "Fado do Ganga"


I.P.

A importância política e benefícios do Fado!...

O "Fado do Ganga", de João Bastos , criado por Estevão Amarante na Revista "O Novo Mundo" , em 1916.

quinta-feira, janeiro 06, 2011

O FADO POLÍTICO

Começo o ano por relembrar este texto, publicado em 1907 na I.P., assinado por TINOP, Pinto de Carvalho, a quem se deve a obra basilar "História do Fado", editada em 1903, reeditada em 1984 pela Dom Quixote, uma das mais sólidas referências sobre o género, um documento que se mantém actual e válido e que está na origem de tudo o que, nos últimos anos, se tem vindo a escrever sobre o assunto. Como se sabe, Tinop é defensor da origem marítima do Fado, recusando em absoluto a raiz árabe que Teófilo Braga lhe atribui. Para aquele autor, o fado surge como consequência de uma expressão musical com origem marinheira, mescla das “toadas plangentes” de que falava Oliveira Martins, “cantigas monótonas como o ruído do mar”, que se ouviam “por toda a costa do ocidente”e que apenas em 1840 aparece referenciado em Lisboa: “Até então, o único fado que existia era o fado do marinheiro, cantava-se à proa das embarcações, onde andava de mistura com as cantigas de levantar ferro, a canção do degredado e outras cantilenas undívagas”, diz Pinto de Carvalho.

Neste texto, começa Pinto de Carvalho por declarar que "Lisboa é a metrópole do fado" que é "genuinamente alfacinha"; refere-se às diversas fases e épocas do fado , nomeando as mais notáveis cantadeiras e cantadores, aos fados políticos e respectivas histórias e conclui reconhecendo que, muito embora, "nos últimos anos o fado tenha mudado de rumo, a hipócrita civilização do séc XX não logrará fazê-lo sumir no vórtice da moda, porque o fado é a mais portuguesa das canções portuguesas,enfim, porque o fado é o nosso absoluto da consciência real".
Amen!